sábado, 19 de abril de 2014

As 10 jóias mais caras do mundo

1º Lugar - Hope Diamond

 Hope Diamond


O Hope Diamond (Diamante da Esperança), cujo valor estimado é 194 milhões de Euros é fotografado entre o Heart of Eternity Diamond (Diamante do Coração da Eternidade, em português) à esquerda e o Blue Heart Diamond (Diamante Coração Azul) à direita.
A peça foi encontrada na Índia cerca de 370 anos atrás e foi vendida ao Rei Luís 14º, da França, em 1668. Desde então, a jóia passou a ser chamada de French Blue e permaneceu na coleção da realeza francesa por cem anos.
O Hope Diamond foi roubado e reapareceu em Londres, na Inglaterra, remodelado como observamos hoje e, em seguida, foi para Nova Iorque para ser restaurado e limpo. Em 1958, a jóia foi doada ao Museu de História Natural de Washington, nos Estados Unidos, onde permanece até hoje.


2º Lugar - Diamante Rosa Intenso

Diamante Rosa Intenso

Empregado da casa de leilões Sotheby's segura o diamante rosa de 24,78 quilates, confeccionado sobre um anel, que foi visto pela última vez no mercado há cerca de 60 anos. A peça foi vendida em 16 de Novembro de 2010 por 36 milhões de Euros em Genebra, valor que bateu o recorde para uma jóia vendida em leilão.


3º Lugar - Diamante Wittelsbach

Diamante Wittelsback


Arrematado na casa de leilões Christie's em Dezembro de 2008, o diamante Wittelsbach custou 19 milhões de Euros ao comprador. O diamante cinza-azulado é um raro exemplar de 35,5 quilates e remonta ao século 17. O rei Philip 4º da Espanha entregou a jóia à filha, a Infanta Margarita Teresa, em 1664 como parte do seu dote.


4º Lugar - The Perfect Pink

The perfect Pink

The perfect Pink

O Perfect Pink tem 14,23 quilates, tinha preço estimado em 15 milhões de Euros e foi arrematado por um comprador anónimo por 18 milhões de Euros em 29 de novembro de 2010, em Hong Kong. O valor foi o maior obtido por uma casa de leilões na Ásia, segundo a Christie's, que vendeu a peça. Em quase 250 anos de história do leilão de jóias, apenas 18 diamantes com mais de dez quilates com o rosa intenso foi colocado em disputa, segundo a Christie's.


5º Lugar - Bulgari

Bulgari

Bulgari

Feito com duas pedras coloridas, que ficam sobre um anel, o Bulgari tem 9,72 quilates e data do início da década de 1970. O exemplar foi arrematado por um coleccionador asiático, que não se identificou por 11 milhões de Euros em maio de 2010 em um leilão promovido pela Christie's em Nova Iorque.


6º Lugar - Bracelete em forma de pantera

Bracelete em forma de pantera

Bracelete em forma de pantera

O acessório da Cartier acima, feito em 1952, foi usado uma única vez pela duquesa de Windsor Wallis Simpson, cujo caso de amor com o rei Edward 8º levou à sua abdicação em 1936 no Reino Unido. A peça foi comprada em Londres, em Novembro de 2010, em um leilão da Sotheby's por 9.5 milhões de Euros. Há rumores de que a cantora Madonna tenha arrematado a peça, mas isso não foi confirmado.


7º Lugar - Tiara de diamantes e esmeraldas

Tiara de diamantes e esmeraldas

Tiara de diamantes e esmeraldas

A peça, que pertenceu à coleção da princesa Katharina Henckel Von Donnersmarck e foi criada por volta do ano de 1900, tinha valor estimado de 7.7 milhões de Euros, mas foi arrematada por 9 milhões de Euros em maio do ano passado. Formada de uma coroa de diamantes, cuja base é uma linha central com 11 esmeraldas, a peça totaliza cerca de 500 quilates e foi arrematada na casa de leilões Sotheby's, na Suíça, em maio de 2011.


8º Lugar - Amor à Primeira Vista 

Amor à primeira vista

Amor à primeira vista

Conhecida como Love At First Sight (Amor à Primeira Vista, em português), esta peça, em forma de coração e com 56,15 quilates, foi arrematada em Genebra, na Suíça, por 8.5 milhões de Euros, segundo a casa de leilões Christie's, que realizou a disputa. Agora a jóia faz parte da coleção da Coroa Britânica.


9º Lugar - Diamante Rosa

Diamante Rosa

Diamante Rosa

Este exemplar, de 5 quilates, foi arrematado em um leilão da Christie's por 9 milhões de Euros em Dezembro de 2009 em Hong Kong, na China. O exemplar foi obtido na África do Sul e, de acordo com a Christie's, ao contrário dos outros diamantes coloridos, os de cor rosa vêm da exposição ao calor e à pressão ao longo do tempo.


10º Lugar - Pregadeira Empress Eugenie

Pregadeira Empress Eugenie

Pregadeira Empress Eugenie

Um exemplar antigo de diamantes, que foi feito pelo artista François Kramer em 1855 para a mulher de Napoleão 3º, a imperatriz Eugenie, foi comprado pelo Museu do Louvre por 8 milhões de Euros em Abril de 2008 em Nova Iorque. A aquisição foi feita em uma disputa fechada da Christie's e teve o objectivo de levar a peça de volta à França.

Veja o vídeo a seguir :


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sexta-feira, 18 de abril de 2014

A joalheria Barroca

Para analisarmos as características da joalheria Barroca, assim como as características dos demais períodos artísticos, primeiro temos que conhecer os principais conflitos da época em questão.
O Estilo Barroco foi marcado pelos conflitos espirituais da humanidade. Durante este período, o homem se colocava entre o paganismo e o cristianismo, assim como entre a matéria e o espírito, o antropocentrismo e o teocentrismo.
Sinônimo de algo tortuoso e de pérolas irregulares, este estilo desafiou as regras do renascimento encontrando uma nova proposta formal.O barroco transmite emoções e para isso utiliza de maneira magistral técnicas de luz e sombra, profundidade e linhas retorcidas.

É neste contexto que nasce esse novo estilo artístico.




As linhas curvas e os temas de natureza eram usados com uma nova linguagem. As inspirações vinham das flores e dos pássaros das Américas. As cores e formas apresentadas por este novo mundo eram retratadas em jóias e pinturas. Outro tema muito presente na joalheria desta época foram os laços. De formas assimétricas, eram trabalhados em ouro ou em tecidos unidos com pendentes. Eram utilizados para decorar roupas masculinas e femininas.



As jóias perdem a importância artística conquistada durante o Renascimento para se tornarem um simples símbolo de status, poder ou credo. As gemas como safiras, rubis e diamantes foram protagonistas das jóias que eram usadas para ostentar riqueza. Um dos modelos mais característicos eram as jóias com uma grande gema central rodeadas por diamantes, pérolas ou ouro.
 Há uma separação entre os períodos e ocasiões que certos modelos poderiam ser utilizados. Surgem as coleções para serem usadas de dia e outras para a noite, quando os efeitos de luz dos candelabros refletiam nas gemas, dando a elas mais vida e brilho. Muito deste efeito deve-se à evolução da lapidação. A brilhante, desenvolvida para o diamante, otimiza seu brilho e fogo, evidenciando a luminosidade desta gema, tornado-a mais exuberante e teatral.
Grande quantidade de gemas era empregada na mesma peça. A lapidação teve uma considerável evolução. As pedras e pérolas eram utilizadas em grande quantidade.
A cravação passou a ser uma característica muito observada na peça, sendo mais valorizadas as cravações mais discretas.
Trazida pelos portugueses, a arte barroca foi muito influente no Brasil, sendo Aleijadinho, nosso maior representante deste estilo.

Amigo fidelidade da Nanda Semi-jóias

    A Nanda Semi-jóias tem um grupo no facebook intitulado"venha valorizar sua beleza com a Nanda Semi-jóias".Este grupo é exclusivo para a divulgação da Marca.Seus membros possuem vantagens em premiações e promoções exclusivas.Nesse Mês o grupo está realizando a campanha do amigo fidelidade da Nanda Semi-jóias.O amigo que mais se destacar no grupo em curtidas,comentários e compartilhamentos,ganhará um kit de semi-jóias no valor de R$:500,00. 
Visto que a Nanda Semi-jóias completará 11(onze) anos no mercado dia 28/04/2014,a entrega do kit será feito no dia 30/04/2014.


Link para acessar o grupo:

O renascimento e as jóias

Com os estudos de anatomia e engenharia que ganharam força nesta época, os ourives conseguiram reproduzir com fidelidade, formas humanas representadas em peças inspiradas na mitologia.
A joalheria deixou de ser patrocinada pelo clero e passou a ser patrocinada pela burguesia. Foi então que o ofício de ourives começou a ganhar status de arte assim como a pintura e escultura.
O berço do Renascimento foi a Itália, mais precisamente Florença, cidade onde viveram os Médici, família que financiou diversos artistas do período. Durante a renascença a cidade abrigou os principais artistas desta época como: Rafael,  Donatello, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Cellini(ourives e escultor) entre outros.
Foi em Florença que nasceu o conceito de artista que conhecemos: “um profissional remunerado pelo talento e com direitos sobre sua obra”.
Foi em Florença que nasceu o conceito de artista que conhecemos: “um profissional remunerado pelo talento e com direitos sobre sua obra”.Cellini foi um dos maiores ourives do renascimento. Nasceu em Florença e mudou-se para Roma onde produziu jóias para a corte papal e vários nobres. Estudou no atelier de Filippino Lippi onde aprendeu que o desenho tinha que ser a base de toda obra de arte, já que servia para projetar todos os detalhes da peça antes da execução.


Com as navegações e a descoberta das Américas, a Europa foi abastecida de ouro, prata e gemas. Sendo assim, a quantidade de jóias usadas jamais havia-se visto. Homens, crianças e mulheres passaram a desfilar ornamentadas com inúmeras peças.



Era costume usar vários anéis na mesma mão, assim como muitos colares. Também era comum o uso de pingentes, brincos, broches e jóias para o cabelo e chapéu.  Os adornos de chapéus eram feitos de ouro esmaltado, com motivos mitológicos ou religiosos. Camafeus também começaram a ser introduzidos na composição destes adornos. Usar correntes maciças com diferentes tipos de elos também foi um costume da época. Alguns anéis do final do séculoXVI, podiam conter compartimentos para transportar relíquias, perfumes ou até mesmo veneno.





Pérolas barrocas ganharam destaque em peças onde as pérolas eram parte do corpo da figura representada seguindo a criatividade do joalheiro.
Tamanha era a euforia deste período que até mesmo imitações de pedras eram usadas.
O Renascimento foi um período marcado pelas transformações, prosperidade e criatividade. A joalheria deste período marcada pelo exuberância, tecnologia e conceitos artísticos.

A Joalheria Bizantina

Um aspecto importante foi a coexistência da arte greco-romano e a oriental. Para a primeira citada acima, esse foi um dos últimos redutos durante a Idade Média, sendo redescoberta pela Europa durante o Renascimento.
Durante o Império Bizantino, as jóias eram muito valorizadas. Usadas para adornar roupas, sapatos, cabelos e diversas partes do corpo (pescoços, orelhas, cinturas, dedos e braços). Tanto homens como mulheres faziam uso de cintos, fivelas e broches adornados com filigrana e arabescos em ouro, pérolas e esmalte.



Constantinopla estava em uma posição privilegiada no mapa econômico e cultural. A joalheria nessa época utilizou gemas trazidas por mercadores de regiões como o Golfo Pérsico, Ásia, África, entre outros. As principais gemas utilizadas foram as pérolas e safiras.
A cor, que foi usada com grande destreza pelos artistas da época, também estava presente através de técnicas de esmaltação. Esta maneira de colorir as jóias, decorava peças ricas em detalhes na representação de santos, retratos e desenhos abstratos. O esmalte atingiu alto grau de refinamento técnico, sendo a técnica denominada “closoinné” muito utilizada.
As imagens de mosaicos, como o da Igreja de São Vital em Ravena entre outras, sugerem o uso de broches, coroas, cruzes, e fivelas e das gemas acima citadas.




A arte dos ourives também podia ser encontrada em cálices e outros objetos litúrgicos, assim como cetros e diademas. As técnicas de filigrana e granulação também foram muito empregadas para ornamentar as peças. A lapidação era muito primária. Utilizava-se apenas arredondar as arestas, lapidar em forma de contas e polir as facetas naturais da gemas. Um dos conceitos dos lapidários era o de perder o mínimo peso possível.

As jóias na Idade Média

Na Idade Média a arte sofre grande influencia religiosa. Deus é o centro do universo (teocentrismo) e a Igreja, como representante de Deus na Terra, possuía poderes ilimitados. Esta influencia marcante na vida da sociedade, também influenciou a joalheria. As jóias eclesiásticas ganharam força e escapulários, crucifixos e relicários passaram a ser muito usados por ambos os sexos.
Com o início de uma economia baseada no comércio, acontece uma grande migração do campo para a cidade e surge uma nova classe social: a burguesia urbana, fruto de uma economia que prosperava no surgimento de um novo mundo cosmopolita. Durante o Medievo, apareceram as primeiras sociedades de ourives, os quais se instalaram em guildas (corporações de ourives).  Paris, Colônia e Veneza foram grandes centros da joalheria medieval. Os ourives produziam peças para a Igreja, para a nobreza e para a nova classe social (Burguesia).  Neste periodo, as jóias tinham um simbolismo muito forte, não só religioso mas também de status e divisão de classes.  Existiam leis para o uso das jóias. O clero e a nobreza tinham acesso a todos os tipos, já para a Burguesia a lei era mais severa, restringindo o uso de algumas gemas e peças a esta classe.
O esmalte foi uma das técnicas em destaque na joalheria Medieval. Usado em broches e fivelas entre outras peças.
Os anéis eclesiásticos, muito valorizados pela igreja durante este período, são usados até hoje por cardeais, bispos e pelo papa. A Burguesia utilizou-se de anéis gravados com monogramas como instrumentos de autenticação de documentos.



Os penteados tinham destaque neste período e por este motivo as jóias usadas na cabeça faziam parte da composição do vestuário. Homens e mulheres usavam vários tipos de ornamentos na cabeça. Uma opção para as mulheres era entrelaçar os cabelos com fitas bordadas com ouro e lindas gemas (tressoirs). Diademas também foram muito utilizadas.


Jan van Eyck, 
Annunciation, (detalhe), 
c. 1425-30.


Os cintos, usados por ambos os sexos, faziam parte dos vestuários pois estes não possuíam bolsos. Homens e mulheres os usavam para pendurar objetos usados no cotidiano.
Os broches também possuíam outra função além do adorno. Serviam para fecharem os mantos.
O vestuário também era ricamente adornado. Fios de ouros e gemas eram aplicados às bordas dos tecidos.
As gemas tiveram um papel de destaque na joalheria medieval. Em uma técnica para realçar sua cor, algumas gemas recebiam uma fina camada de metal. Também foram criadas leis restringindo o uso desta técnica em conseqüência de seu uso indiscriminado.As pérolas, rubis, safiras, esmeraldas e granadas foram as gemas mais utilizadas. Além do formato cabochão, o mais encontrado no medievo, pedras com facetas começam a surgir. É o período onde a lapidação começa a se desenvolver.Nesta atmosfera de simbolismos e religião, não era de se espantar que as cores das gemas tivessem significados e que a algumas fossem associados poderes curativos e espirituais.


A arquitetura gótica, com seu verticalismo, influenciou a joalheria de maneira gradual. A arte gótica surge em um momento de crescimento das cidades medievais.  O estilo arquitetônico gótico já estava emergindo por volta de 1150, mas somente no final do século XIII é notado seu reflexo na joalheria. Surgem novas formas, mais angulares e pontiagudas que resultam em formas elegantes. A arquitetura retrata a crença na existência de um Deus que vive em um plano acima da humanidade, o que explica o verticalismo, tudo aponta para o céu. Sua maior representação esta nas catedrais.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A Nanda Semi-jóias completa onze anos no mercado

Nesse mês, dia 28 de abril de 2014,a Nanda Semi-jóias estará completando 11 anos no mercado das semi-jóias. Em 2003 a sua idealizadora Fernanda da Cunha Oliveira, juntamente com seu marido,começaram a investir nesse ramo.Selecionando peças de qualidade e buscando sempre novidades,começou a colocar kits de semi-jóias em sua cidade(Teresópolis) e em outras regiões.Com seu desenvolvimento e aceitação da qualidade do folheado de suas semi-jóias,a Nanda Semi-jóias passou a ser uma marca registrada,com direito exclusivo do nome de sua marca.Além de possuir o registro da marca,possui também o CNPJ da empresa,mostrando assim seriedade,compromisso e profissionalismo a seus clientes e amigos.
Parabéns Nanda Semi-jóias!


A história das jóias na Grécia

O início da história da joalheria grega remonta à Pré-História. Maravilhosos exemplares, de excepcional e delicada ourivesaria e contendo, os mais antigos, 5000 anos, foram encontrados em Creta e em outras ilhas do Mar Egeu. Estudos constataram que estas peças pertencem ao período da civilização Minóica e também à civilização Micênica, que a sucedeu. Ambas as civilizações constituíram as bases para o desenvolvimento da civilização Grega, nutrindo as narrativas épicas de Homero, que por sua vez alimentou grande parte da literatura e da iconografia de toda a Antiguidade: ourives criavam inspirados nas detalhadas descrições do escudo de Aquiles, do cinto de Afrodite ou das maçanetas douradas do palácio de Tróia.
Depois da extinção do mundo micênico ocorreu o chamado Período Negro (1100-800 a C). A joalheria deste período refletiu pouco a imaginativa riqueza dos períodos anteriores, apesar de que a chama da tradição da confecção de jóias continuasse acesa, para brilhar novamente a partir do ano 800 a C, quando novas peças confeccionadas em refinada técnica e delicado artesanato apareceram nas ilhas eginas.
Apesar da Grécia durante o período Arcaico (600- 475 a C), ter sofrido grandemente durante as Guerras Persas, por sorte tiveram pouco efeito sobre o alto nível da cultura helênica. As artes continuaram com crescente vigor nas cidades gregas às margens do Ponto Euxino (Mar Negro), no sudeste da Itália e na Sicília, e até na Península Ibérica. No Período Clássico, também conhecido como Idade de Ouro, a quantidade de jóias confeccionadas foi menor do que nos períodos anteriores, mas foi tão soberba na qualidade e na perfeição técnica que a arte da ourivesaria elevou-se ao patamar da escultura em miniatura.
A opulência da arte da ourivesaria, no entanto, verificou-se após as conquistas de Alexandre, o Grande, quando o ouro e as gemas eram encontrados em abundância. As jóias gregas passaram então não somente a serem enriquecidas com designs de influências orientais, mas também embelezadas com gemas raras. A utilização de gemas de cores variadas nas mesmas jóias passou a ser largamente utilizada.
Durante o período de domínio romano, o design foi negligenciado em função de um maior embelezamento das jóias por gemas. A variedade, o luxo e a magnificência da joalheria grega alcançaram o seu clímax durante o Império Bizantino, entre os séculos X e XI da nossa era. O modo de vida luxuoso da corte bizantina, admirado e copiado por príncipes do Ocidente e do Oriente, era refletido em jóias fantásticas, em termos de design, técnicas de fabricação e elementos decorativos. A profissão de argyroprates (joalheiro), era considerada uma das mais nobres da era bizantina, sendo regulamentada por leis especiais. Alguns exemplares da joalheria bizantina, como adornos pessoais e jóias sacras podem ser encontrados em coleções particulares e em grandes museus, mas sem dúvida que uma parte significante deste tesouro foi perdida para sempre.
A Queda de Constantinopla em 1453 marca o fim do Império Bizantino e o começo da dominação turca otomana, que subjugou a Grécia por 400 anos. Durante este período, ourives trabalharam sob duras condições e restrições, para ver sua arte florescer somente nos séculos XVII e XVIII. Centros de ourivesaria foram estabelecidos em diversas partes da Grécia e, por conta da dificuldade em se adquirir ouro, o bronze e a prata passaram a ser utilizados na confecção de jóias e ornamentos. As fontes de inspiração eram as antigas artes gregas, símbolos bizantinos como a águia com duas cabeças e a arquitetura e a natureza.

No século XIX acontece a Guerra pela Independência e a conseqüente criação do Estado Moderno Grego. Com a volta da prosperidade à sociedade e a admiração dos gregos pela cultura européia, nas artes gregas em geral e na arte da ourivesaria em particular, aconteceu uma "europeização" da cultura grega, que só diminuiu na primeira metade do século XX com a volta da apreciação, não somente da antiga civilização grega, mas também da nova tendência nas artes grega, chamada de neo-helênica. A partir de 1950, graças ao talento de ourives, joalheiros e traders, a joalheria grega tem conseguido uma posição de destaque no comércio internacional joalheiro, graças à riqueza das suas fontes de inspiração, aplicadas a novas e antigas técnicas de ourivesaria, que possibilitam a criação de uma joalheria contemporânea.

A história das jóias em Roma

Os famosos retratos da múmia egípcio-romana (datados em torno de 300 aC), mostram o gosto romano por jóias de uma forma bem realista.

Outra interessante fonte arqueológica encontra-se nas esculturas funerárias de Palmira, no noroeste do deserto sírio, outrora chamada de Roma do Leste, e governada pela legendária rainha Zenóbia, que manteve este pequeno estado árabe independente, até ser conquistado pelos romanos e sua rainha enviada para Roma acorrentada. O que hoje é considerada a joalheria clássica dos antigos romanos também pode ser vista nas jóias encontradas em Pompéia e Herculano.A joalheria clássica romana era naturalista e figurativa, ora confeccionada em linhas planas e simples, era em elaborados motivos florais. Em geral, os artesãos e ourives romanos não eram tão sofisticados ou ambiciosos quanto seus colegas gregos: a joalheria helênica é , de longe, bem mais elaborada, detalhada e decorada. Ainda assim, evidências de jóias requintadas sobreviveram. As esmeraldas eram as gemas favoritas: podiam ser usadas na forma de cristais, junto a pérolas – outra gema extremamente apreciada- ou lapidadas e usadas para decorar colares mais elaborados, à imitação dos gregos. Safiras, águas-marinhas, topázios e diamantes brutos também eram muito utilizados na joalheria romana.
                                     
                         peças em ouro séc. II-IIIac



O design romano utilizava granulação e filigrana, e o uso de esmaltes não era tão comum. Raramente somente um elemento de estilo existia na decoração de uma jóia – por exemplo, as superfícies em forma de domos, características do Período Etrusco e encontradas em brincos e braceletes, conviviam perfeitamente com influências helênicas como a policromia – técnica que consistia em folhear uma superfície de madeira com folhas de ouro , às quais eram depois aplicados esmaltes (e que persistiu até meados de 400 dC, já em pleno Império Bizantino). A bulla persistiu até o primeiro século da nossa era e a roda, símbolo que se acreditava deter poderes mágicos, tornou-se um motivo recorrente nas jóias romanas. Dos gregos emergiu também a fibulae – uma espécie de alfinete para prender roupas e que se tornou bastante popular entre os romanos, da Síria veio o design do crescente invertido com esferas em ambos os lados, e que representava o deus condutor de carruagens Baal Rekub. Da Ásia Ocidental veio a influência, já no primeiro século depois de Cristo, da barra horizontal da qual pendiam dois ou três pendentes verticais. No ano 200 dC aparece o opus interrasile, técnica de perfurar sólidas folhas de metal para criar um trabalho decorativo e que mudou a face das jóias do Período Imperial. Uma influência do comércio existente durante o período da Roma Imperial foi a predileção por jóias onde várias gemas coloridas decoravam uma mesma peça – os romanos amavam os rubis, as ágatas, as granadas, os lápis- lazulis, os corais rosas e vermelhos encontrados no mar Mediterrâneo e o âmbar, encontrados nas águas frias dos mares do Norte e Báltico. Intaglios eram recortados em gemas, ou as mesmas podiam ser decoradas em cabochons. Os camafeus eram adorados e as pérolas podiam ser usadas em tiaras usadas para adornar os altos penteados das ricas matronas romanas.
No segundo século dC, torna-se moda a utilização de moedas e medalhões de ouro imperiais como motivos decorativos para anéis entre os homens, o que também era uma marca de distinção militar. Quando as moedas eram utilizadas em colares, como pendentes ou em broches, significavam uma adulação por parte de quem as portava, em relação ao dono da face que se encontrava nas moedas ou medalhões. O niello, outra técnica decorativa onde eram utilizadas superfícies de ouro e prata, era popular e, a partir de 300 dC aparecem os braceletes de ouro maciço e a versão crossbow das versáteis fibulae, que eram semelhantes às atuais fivelas redondas para cintos (mas num tamanho bem maior), e ainda usadas para prender roupas, principalmente mantos.
A joalheria romana sofreu uma vasta influência, não só dos etruscos, dos gregos e dos povos pertencentes à cultura helênica, mas também das culturas micênicas, minoanas e egípcias.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Os Celtas e sua história com as jóias

Os celtas foram tribos seminômades, multi-culturais e politeístas de mesma origem, que tiveram seus primórdios na região compreendida pelo sudoeste da Alemanha, Suíça e Áustria, durante a Idade do Bronze. Este período inicial é conhecido pelo nome de Cultura Hallstatt (1.200 - 500 AC), graças ao sítio arqueológico de mesmo nome, perto da cidade austríaca de Salzburg. Encontrado em 1846 pelo arqueólogo Johann Georg Ramsauer, contém aproximadamente 1.100 tumbas, dentro das quais objetos variados de cerâmica, adagas e elaborada joalheria feita em bronze e ouro, como colares e broches estavam junto a restos mortais.
O comércio e o movimento populacional espalharam a Cultura Hallstatt para a França, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Península Ibérica, ilhas britânicas e Irlanda. Comerciavam com os gregos seda, âmbar, prata, ferro, marfim e vinho.
                                                         
A partir do século VI da nossa era, os broches, uma das mais importantes peças da joalheria medieval, passaram a ser mais luxuosos, decorados de forma a declarar o nível social de quem o portava. O Broche Roscrea, encontrado no Condado de Tipperary, é um belo exemplo de como os joalheiros celtas adaptaram técnicas estrangeiras ao seu trabalho.

Durante o período conhecido como Cultura La Tène (450 AC – I DC), nome do sítio arqueológico encontrado ao norte do lago suíço Neuchâtel, em 1857, pelo arqueólogo amador Hansli Kopp, a maior parte da Europa estava sob a sombra da cultura celta. Os celtas deste período foram para a Espanha em 450 AC e para a Itália em 400 AC, invadiram Roma no ano 390 AC, a Grécia em 279 AC e a Turquia em 270 AC. Em torno de 200 AC, habitavam regiões da Europa que hoje são a Bretanha (França), as ilhas britânicas, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a Áustria e a Suíça. A cultura La Tène aparenta ter sido mais bélica do que a anterior. Em todas as tumbas deste período espalhadas pela Europa, foram encontradas armas de ferro, como espadas e lanças, e escudos feitos de pesada madeira maciça.


O grande diferencial entre os dois períodos, Hallstatt e La Tène, é o sofisticado trabalho em metal do segundo período. Nas tumbas, as quais para os mortos de maior posição social eram feitas em madeira, foram encontrados diversos objetos funerários, moedas de prata, armas, ferramentas, itens de uso diário e jóias: fivelas para cintos, fibulae, broches, braceletes, colares e torcs. A maioria dos objetos e todas as jóias têm um estilo típico, caracterizado por formas em S, espirais e padrões circulares simetricamente aplicados a cada elemento decorativo.

Os celtas utilizavam na confecção de suas jóias, além do bronze, da prata e do ouro, contas de âmbar, jet, vidro e gemas. As técnicas decorativas eram o repoussé, a gravação no metal e a esmaltação champlevé.
No início do período medieval, também conhecido como Idade das Trevas, os celtas encontraram-se frente a frente com duas culturas mais poderosas, os romanos ao sul e as tribos germânicas, ao norte. Os celtas sobreviveram, sem interferência, ainda por muitos séculos, na Irlanda. Os romanos achavam que a ilha possuía um clima inóspito (chuvas, ventos cortantes e baixas temperaturas) e não se interessaram então em conquistá-la.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A história das jóias no Egito

A arte do antigo Egito é repleta de símbolos e significados.
Para compreendermos melhor sua arte e suas jóias é necessário entender um pouco de sua história e religião.
O território do Egito Antigo se estendia às margens do rio Nilo, onde as terras de solo escuro, propícias para cultivo, eram chamadas de kemet (terras negras) e onde vivia a maior parte da população.  O restante do território era inóspito, chamado pelos egípcios de deshret (terras vermelhas). A maior parte da população vivia nas margens do rio.
Além de terras férteis, o Egito possuía um solo rico em minério. Ouro, cobre e algumas gemas eram retiradas do próprio território.
Civilização rica e poderosa, durou mais de 3 mil anos e era governada por faraós, homens que ao mesmo tempo eram considerados reis e deuses.
Informações desta cultura sobreviveram até os dias atuais através das pinturas de paredes, escrita e tesouros encontrados nas tumbas. As pinturas das paredes eram ricas em detalhes de vestuário, armas, rotina de agricultores e servos, entre outros. As pinturas contam a história do Egito com ricos detalhes inclusive de seus adornos e jóias. A escrita egípcia, sistema de símbolos pictóricos conhecido como hieróglifos, também ajuda a desvendar mistérios deste período. Os tesouros encontrados nas tumbas são ricos em objetos do cotidiano, jóias e objetos extraordinários.

 Pintura em parade

Politeístas, os egípcios adoravam inúmeros deuses. Um dos principais deuses era Rá, deus do Sol, que podia assumir diferentes formas e diversos nomes. Também relacionado com Amon-Rá, era o rei dos deuses. Amon significa “secreto”. A ele é atribuído o ouro.
Osíris representa o renascimento tanto da terra após as cheias do Nilo, como a do corpo na vida após a morte. Assassinado pelo próprio irmão, foi trazido de volta a vida por sua esposa Ísis e se tornou o deus do além.
Muitos deuses possuíam cabeça de animais. Ísis é a deusa-mãe, poderosa e protetora. Em sua busca ao corpo do marido surgiu como um pássaro, pipa, por isso muitas vezes é representada com asas. Acompanhava Osíris e Néftis, irmã de Osíris no julgamento dos mortos.
Anúbis, Deus com cabeça de chacal, levava o morto ao tribunal de Osíris. Deus do embalsamento e guardião dos mortos.
Hórus, o deus da realeza, com cabeça de falcão, leva os mortos que passaram pela balança da pena da verdade, à presença de Osíris.
A intenção deste julgamento era “transformar o morto em um Osíris (“imortais”), para viver para sempre no pós-morte.
Acreditavam também que alguns símbolos poderiam trazer boa sorte e proteção. Alguns eram relacionados a certos deuses e podiam invocar seus poderes. Estes símbolos eram muitas vezes representados em jóias para adornar e proteger quem as usasse.


 peitoral de Tutankamon


 Máscara Tutankamon (18° dinastia)





Fenícios - os grandes navegadores

Povo nômade que se estabeleceu na região do atual Líbano, os fenícios eram comerciantes e grandes navegadores, o que ajudou a difundir diferentes culturas entre os povos com os quais estabelecia comércio. Sua posição geográfica foi de grande valia, já que encontrava-se no cruzamento das principais rotas comerciais entre o mediterrâneo do ocidente e o do oriente.

Graças às suas habilidades náuticas, reinaram no Mar Mediterrâneo. Levavam de cada povo não apenas riquezas materiais, mas riquezas culturais. Assim, suas produções artísticas, bem como a ourivesaria, agregaram diversas técnicas. Através do comércio, sua arte se expandiu, influenciou e foi influenciada por terras distantes como a grega e a etrusca , chegando até o Norte da África.

Em suas jóias são observados elementos de diversas culturas. Os fenícios não só agregavam elementos em sua arte, mas os assimilavam na íntegra, reproduzindo-os impecavelmente.
Destacaram-se não apenas na arte da joalheria. Trabalharam com maestria o vidro, a madeira, a tecelagem, técnicas de tinturaria, cerâmica e metalurgia.
A madeira, especificamente o Cedro, foi uma das grandes riquezas deste povo, o que facilitou a construção das embarcações e a conseqüente ampliação de seus horizontes.
Um exemplo desta troca de conhecimentos técnicos entre os povos é o uso da granulação na joalheria. Esta técnica de decoração de superfícies com grãos adicionados por fusão foi difundida e usada pelos fenícios. Levaram o conhecimento Egeu até os Etruscos.
Atrás de âmbar foram até ao Mar Báltico e ajudaram a difundir a lapidação de gemas.
A joalheria fenícia não se destaca pela originalidade, mas pela união de culturas e técnicas de diversos povos que foram disseminadas graças ao comércio e a navegação. Estas, talvez tenham sido as principais artes e características deste povo que foi dissolvido com a ocupação dos macedônios de Alexandre, o Grande.

A história das jóias

O homem sempre sentiu a necessidade de se adornar. Os primeiros adornos eram feitos com ossos e dentes de animais, conchas, pedras e madeira e simbolizavam o status, o poder ou misticismos.
O ouro é explorado pelo homem há mais de 6.000 anos. Acompanha a evolução humana, assim como as artes, contando a história através de belas jóias.
Em cada período histórico, as características das jóias e das artes se transformaram. Vamos conhecer um pouco sobre essa história através da joalheria.

Pré-história: Eram utilizados materiais como pedras, ossos, sementes e dentes de animais, lapidados de forma rústica.

Egípicios: As jóias deste período eram carregadas de misticismo e simbolismos. Figurativas, essas peças tinham formas de escaravelhos, que representavam o sol e a criação; olho do deus Horus, que protegia contra maus espíritos ou até mesmo de serpentes e escorpiões. Utilizavam muitas cores, que também eram carregadas de simbolismos. A policromia era obtida através de gemas como o lápis-lazúli, feldispato verde e  turquesa ou até mesmo esmalte vitrificado.

Gregos: A princípio os gregos utilizavam formas geométricas. Com influência de outros povos passaram a produzir cenas mitológicas em brincos, braceletes e colares.

Etruscos: As técnicas de filigrana e granulação foram utilizadas com extremo primor

Celtas: A joalheria Celta sofreu grande influência de povos estrangeiros. Adaptaram as técnicas de outros povos à sua arte de trabalhar o metal. Utilizaram  de forma magistral técnicas como: filigrana, gravação, intaglio, fundição, esmalte e granulação.

Romanos:  Os romanos utilizavam o ouro para financiar guerras. Somente em 27 a.C., com novas fontes do metal, é que os romanos passaram a utilizar parte deste ouro na joalheria. Lentamente, as jóias foram se tornando mais populares.

Idade Média: Na Idade Média a arte sofreu grande influência religiosa (teocentrismo). As jóias eclesiásticas ganharam força, sendo muito usados escapulários, crucifixos e relicários por ambos os sexos.
Apareceram as primeiras sociedades de ourives, os quais se instalaram em guildas (corporações de ourives).  As jóias tinham um simbolismo muito forte, não só religioso,  mas também de status e divisão de classes.  Existiam leis para o uso das jóias.
O esmalte foi uma das técnicas em destaque.
Os anéis eclesiásticos, são usados até hoje por cardeais, bispos e pelo papa. A Burguesia utilizou anéis gravados com monogramas como instrumentos de autenticação de documentos.
Os cintos e broches, além de adornar, eram funcionais. O vestuário também era ricamente adornado.  Fios de ouro e gemas eram aplicados às bordas dos tecidos.
As gemas tiveram um papel de destaque. Em uma técnica para realçar sua cor, algumas delas recebiam uma fina camada de metal. Foram criadas leis restringindo o uso desta técnica em conseqüência de seu uso indiscriminado.
As pérolas, rubis, safiras, esmeraldas e granadas foram as gemas mais utilizadas. Além do formato cabochão, pedras com facetas começam a surgir. É o período onde a lapidação começou a se desenvolver.

Joalheria Bizantina: Caracterizou-se pelo uso de gemas, pela policromia e trabalhos delicados de filigrana e granulação, expressando a fusão das culturas orientais e ocidentais. Nesse período, o tema principal era o religioso
As principais gemas utilizadas foram as pérolas e safiras.
O esmalte decorava peças ricas em detalhes na representação de santos, retratos e desenhos abstratos
A lapidação era muito primária. Utilizava-se apenas arredondar as arestas, lapidar em forma de contas e polir as facetas naturais da gemas

Estilo gótico: A arquitetura gótica com seu verticalismo influenciou a joalheria de maneira gradual. A arte gótica surge em um momento de crescimento das cidades medievais. O estilo arquitetônico gótico já estava emergindo por volta de 1150, mas somente no final do século XIII é notado seu reflexo na joalheria. Surgem novas formas, mais angulares e pontudas que resultam em formas elegantes. A arquitetura retrata a crença na existência de um Deus que vive em um plano acima da humanidade, e isso explica o verticalismo, onde tudo aponta para o céu. Sua maior representação esta nas catedrais.

Renascimento: Com os estudos de anatomia e engenharia que ganharam força nesta época, os ourives conseguiram reproduzir com fidelidade, formas humanas representadas em peças inspiradas na mitologia.
A joalheria deixou de ser patrocinada pelo clero e passou a ser patrocinada pela burguesia. Foi então que o ofício de ourives começou a ganhar status de arte assim como a pintura e escultura.
Com as navegações e a descoberta das Américas, a Europa foi abastecida de ouro, prata e gemas
Era costume usar vários anéis na mesma mão, assim como muitos colares. Também era comum o uso de pingentes, brincos, broches e jóias para o cabelo e chapéu.  Os adornos de chapéus eram feitos de ouro esmaltado, com motivos mitológicos ou religiosos. Camafeus também começaram a ser introduzidos na composição destes adornos.

Estilo Barroco: Nas jóias barrocas o que predomina é a emoção que vem contrapor com o racionalismo do renascimento.
A França dita a moda. A jóias passam a ser usadas com mais moderação e ficam mais elegantes. Temas religiosos perdem espaço para os temas naturalistas como pássaros e flores.
Houve um grande avanço na lapidação. Os desenhos de peças para o dia eram diferentes dos para serem utilizados à noite, já que estas deveriam refletir com mais intensidade a luz dos candelabros.
As jóias são usadas como ostentação de poder e riqueza
O diamante foi a gema preferida, mas  rubis, esmeraldas e safiras também foram muito utilizados.

Rococó: O barroco se transforma em exuberância. Assimétricas, as jóias deste período são sedutoras. Utilizava-se muitas gemas coloridas e diamantes. As técnicas de lapidação foram aprimoradas. As peças tinham muito brilho e eram mais luxuosas. Surgem os conjuntos de jóias, peças feitas com a mesma linguagem formal e mesmos materiais
Brincos, anéis, pendentes em formatos de buquês e laços são jóias muito utilizadas.

Neoclássico: Com a revolução francesa, a referência volta a ser os estilos grego e romano, limpando a jóia dos excessos dos estilos anteriores. Camafeus, medalhões e correntes voltam a ser utilizados.
As gemas, usadas com moderação, eram enfatizadas através de uma moldura de diamantes, ouro ou pérolas que rodeavam a gema principal. Tiaras, anéis e braceletes fazem parte dos adornos usados.

Art Nouveau: A inspiração deste estilo era a Natureza.  Suas jóias eram a mais bela representação das linhas orgânicas. Utilizavam materiais como marfim, chifres, vidros entre outros.

Belle Époque: A jóia neste período era usada com o intuito de adornar as mulheres e satisfazer sua vaidade

Art Decó: O Cubismo e o Abstracionismo, assim como as linhas da  Bauhaus, tiveram forte influência neste período. Geométricos, os colares e longos brincos também eram produzidos em materiais alternativos (não preciosos), como o aço.

Segunda Guerra: Após a Segunda Guerra, a Europa deixa de ditar moda e adota o estilo de vida americano. O cinema é um grande meio de difusão deste estilo. O glamour de Hollywood começa a imperar.
Com a guerra ouve uma queda de fornecimento de gemas. Abriu-se, então, um grande espaço para as bijuterias finas

Anos 60 e 70: A forma era mais valorizada que o material e novos conceitos passam a ser empregados, utilizando plástico e até mesmo papel. O design passa a ser valorizado pelo conceito.

Nas próximas postagens estaremos mostrando histórias e design de jóias em diferentes lugares do mundo.

O coração do oceano- o colar do filme"Titanic"

O Coração do Oceano, The Heart of the Ocean, Le Coeur de La Mer, é o nome do mundialmente famoso colar oferecido à personagem Rose DeWitt Bukater - Kate Winslet - no grande sucesso Titanic; é seguro dizer que hoje esta magnífica peça da joalheria é uma das mais famosas jóias do cinema mundial. O Diamante "Coração do Oceano", diamante histórico, como é citado no filme, jamais existiu. O famoso diamante usado por Rose na cena onde é desenhada nua pelo parceiro Jack é um diamante fictício, foi uma criação exclusiva para Titanic de 1997, inserida no roteiro como chave central responsável pelo início da trama, existe apenas no enredo do filme. A jóia foi feita pelos joalheiros Asprey e Garrard, de Londres, através de uma zircônia cúbica azul afixada a uma armação de ouro branco, cujo valor era de US$ 10.000 e encontra-se hoje no acervo da FOX. Para a Cerimônia do Oscar foi encomendada também à Asprey e Garrard, uma cópia do colar; a qual foi usada por Celine Dion. Na noite de gala do Oscar de 23 de Março de 1998, ela cantou "My Heart Will Go On" usando a jóia, que foi avaliada em 3,5 milhões, num dos momentos mais quentes da execução da música, Celine Dion faz um gesto brusco, enrosca a mão no colar e o faz saltar no pescoço. Esta peça foi feita com uma safira do Ceilão engastada em platina e rodeada por 65 diamantes reais. A jóia não aparece no filme, foi usada apenas na noite do Oscar. Mais tarde, foi vendida num leilão de beneficência para o "Diana, Princess of Wales Memorial Fund e Southern California's Aid For AIDS" por $ 2,2 milhões. Hoje a jóia pertence à filha de um rico cliente da marca Asprey.  Ao mesmo tempo, o joalheiro Harry Winston usou um diamante de 15 quilates ( 3,0 g.) para produzir sua interpretação do colar "Coração do Oceano". Este colar, que é uma adaptação livre, avaliado em 20 milhões de dólares, fora então usado por Gloria Stuart também na noite que premiou o filme Titanic com 11 estatuetas do Oscar.


A Companhia J. Peterman, em 1997, quando o filme foi lançado, fabricou reproduções do Coração do Oceano. Esta versão consiste em 137 cristais autríacos que rodeiam uma imitação de diamante azul. A peça é embalada em uma caixa azul-marinho articulada e acompanha um certificado de autenticidade validado pela Twenty Century FOX.

Recentemente um joalheiro americano disponibilizou reproduções do Coração do Oceano de ótima qualidade, feitas artesanalmente com cristais swarovski. Haviam duas opções: uma em tamanho real ( mais cara ) e uma em tamanho ligeiramente reduzida ( mais barata ). O valor de venda girava entre US$ 1500 - 2500 dólares e os exemplares "evaporaram-se" rapidamente. Até hoje são as reproduções mais belas e tecnicamente perfeitas.
Mas, para quem não pode gastar uma grande quantia, ainda há no mercado, bonitas reproduções do Coração do Oceano muito populares, facilmente encontradas e vendidas a baixo preço.
Apesar de fictícia, a jóia fora baseada no diamante Hope que é um real diamante azul de altíssimo valor - avaliado entre $ 200 e 250 milhões - cuja história ultrapassa 300 anos e carrega uma lenda de maldições que diz que esta jóia trouxe muito azar aos vários proprietários ao longo dos anos.
O primeiro registo histórico do diamante Hope surge por volta de 1660, quando o mercador francês Jean-Baptiste Tavernier o adquiriu durante as suas viagens na Índia. A pedra tinha então cerca de 112 quilates e estava lapidada em forma de triângulo. O diamante é originário da mina de Kollur e, de acordo com a lenda, foi roubado de um templo hindu dedicado à deusa Sita, onde estava encastrado numa estátua, representando um dos olhos da divindade. Em 1668, Tavernier vendeu o diamante ao rei Luís XIV de França. A pedra foi entregue ao joalheiro da corte, Sieur Pitau, que a cortou e lapidou de acordo com o gosto da corte francesa.
O diamante passou a pesar cerca de 67 quilates e ficou conhecido como o Diamante Azul da Coroa. Luís XIV costumava usá-lo ao pescoço em ocasiões solenes, suspenso numa fita e encastrado em ouro. O seu bisneto, Luís XV, readaptou a pedra para fazer parte do seu pendente da Ordem do Tosão de Ouro. Mais tarde, Luís XVI ofereceu a pedra a Maria Antonieta, por ocasião do seu casamento. Durante a Revolução Francesa, já com o rei e a rainha na prisão, as jóias da coroa desapareceram num roubo efetuado a 11 de Setembro de 1792. O diamante azul desapareceu também, e o seu paradeiro é incerto nos anos seguintes. Em 1812, o diamante reaparece na posse de Daniel Eliason, um mercador de jóias londrino. A identidade da pedra foi disputada até se confirmar, em 2005, que era de facto o diamante azul francês, desaparecido durante a revolução. Apesar de se supôr habitualmente que a pedra foi adquirida pelo rei Jorge IV do Reino Unido, não há registros da compra nos arquivos da contabilidade real. O dono seguinte do diamante foi Henry Philip Hope, que o adquiriu em 1824 para a sua coleção de pedras preciosas. A partir desta data, a pedra passa a ser conhecida como diamante Hope.

O diamante foi adaptado como um pregador, usado pela cunhada de Hope em ocasiões sociais. Após a morte de Henry Philip em 1839, os seus sobrinhos lutaram pela herança em tribunal durante dez anos, até a coleção de gemas ser por fim concedida a Henry Hope. O diamante passava a maior parte do tempo guardado num cofre, mas foi exibido na Great Exhibition de Londres (1851) e na Exposição Universal de Paris (1855). O diamante Hope permaneceu na posse da família até 1901, quando foi vendido a um joalheiro londrino por 29,000 libras, para pagar as dívidas de Francis Hope. Após várias mudanças de dono e cortes, que incluíram Pierre Cartier e a socialite Evalyn MacLean (que por vezes o pregava à coleira dos seus cães), o diamante Hope foi adquirido por Harry Winston em 1949, por uma soma desconhecida. Winston incluiu o diamante numa coleção de outras pedras preciosas famosas que exibia para fins de caridade. Em 1958, Harry Winston doou o diamante ao Instituto Smithsonian onde permanece até hoje exposto. A lenda da maldição do diamante Hope nasceu no início do século XX e foi criada por May Yohe, uma atriz dos Estados Unidos que fora casada com Lorde Francis Hope e que fugira para a Austrália com o amante. A vida não lhe correu bem e, de regresso aos Estados Unidos, procurou vender a história da maldição a produtores de cinema de Hollywood. A história do diamante transformou-se num filme, que incluía diversas liberdades criativas como a atribuição da morte de Marat à maldição e, possivelmente, à origem da lenda do roubo do templo Hindu. Desde então, diversos infortúnios têm sido atribuídos ao diamante, como o destino de Luís XVI e Maria Antonieta (que acabaram guilhotinados na Revolução Francesa), a suposta morte de Tavernier devorado por lobos (que de facto morreu de causas naturais), a loucura de Jorge IV ou a morte de Catarina, a Grande (que nunca possuíram o diamante).

Veja o filme abaixo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qagvme0M7TE