sexta-feira, 18 de abril de 2014

As jóias na Idade Média

Na Idade Média a arte sofre grande influencia religiosa. Deus é o centro do universo (teocentrismo) e a Igreja, como representante de Deus na Terra, possuía poderes ilimitados. Esta influencia marcante na vida da sociedade, também influenciou a joalheria. As jóias eclesiásticas ganharam força e escapulários, crucifixos e relicários passaram a ser muito usados por ambos os sexos.
Com o início de uma economia baseada no comércio, acontece uma grande migração do campo para a cidade e surge uma nova classe social: a burguesia urbana, fruto de uma economia que prosperava no surgimento de um novo mundo cosmopolita. Durante o Medievo, apareceram as primeiras sociedades de ourives, os quais se instalaram em guildas (corporações de ourives).  Paris, Colônia e Veneza foram grandes centros da joalheria medieval. Os ourives produziam peças para a Igreja, para a nobreza e para a nova classe social (Burguesia).  Neste periodo, as jóias tinham um simbolismo muito forte, não só religioso mas também de status e divisão de classes.  Existiam leis para o uso das jóias. O clero e a nobreza tinham acesso a todos os tipos, já para a Burguesia a lei era mais severa, restringindo o uso de algumas gemas e peças a esta classe.
O esmalte foi uma das técnicas em destaque na joalheria Medieval. Usado em broches e fivelas entre outras peças.
Os anéis eclesiásticos, muito valorizados pela igreja durante este período, são usados até hoje por cardeais, bispos e pelo papa. A Burguesia utilizou-se de anéis gravados com monogramas como instrumentos de autenticação de documentos.



Os penteados tinham destaque neste período e por este motivo as jóias usadas na cabeça faziam parte da composição do vestuário. Homens e mulheres usavam vários tipos de ornamentos na cabeça. Uma opção para as mulheres era entrelaçar os cabelos com fitas bordadas com ouro e lindas gemas (tressoirs). Diademas também foram muito utilizadas.


Jan van Eyck, 
Annunciation, (detalhe), 
c. 1425-30.


Os cintos, usados por ambos os sexos, faziam parte dos vestuários pois estes não possuíam bolsos. Homens e mulheres os usavam para pendurar objetos usados no cotidiano.
Os broches também possuíam outra função além do adorno. Serviam para fecharem os mantos.
O vestuário também era ricamente adornado. Fios de ouros e gemas eram aplicados às bordas dos tecidos.
As gemas tiveram um papel de destaque na joalheria medieval. Em uma técnica para realçar sua cor, algumas gemas recebiam uma fina camada de metal. Também foram criadas leis restringindo o uso desta técnica em conseqüência de seu uso indiscriminado.As pérolas, rubis, safiras, esmeraldas e granadas foram as gemas mais utilizadas. Além do formato cabochão, o mais encontrado no medievo, pedras com facetas começam a surgir. É o período onde a lapidação começa a se desenvolver.Nesta atmosfera de simbolismos e religião, não era de se espantar que as cores das gemas tivessem significados e que a algumas fossem associados poderes curativos e espirituais.


A arquitetura gótica, com seu verticalismo, influenciou a joalheria de maneira gradual. A arte gótica surge em um momento de crescimento das cidades medievais.  O estilo arquitetônico gótico já estava emergindo por volta de 1150, mas somente no final do século XIII é notado seu reflexo na joalheria. Surgem novas formas, mais angulares e pontiagudas que resultam em formas elegantes. A arquitetura retrata a crença na existência de um Deus que vive em um plano acima da humanidade, o que explica o verticalismo, tudo aponta para o céu. Sua maior representação esta nas catedrais.

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