sexta-feira, 11 de julho de 2014

As abelhas de ouro de Childerico I

O rei da dinastia merovíngia Childerico I (437 – 481) governou os francos sálicos de 457 até a sua morte, sucedendo ao pai, Merovech (ou Meroveu). Estabeleceu como sua capital a cidade de Tournai, cidade atualmente na Bélgica, em terras que recebeu dos romanos, então aliados.
Sua tumba foi descoberta em 1653 por um operário maçom que fazia reparos na igreja de São Brício, em Tournai. Numerosos objetos preciosos em ouro foram encontrados, incluindo uma espada ricamente ornamentada, braceletes, broches decorados com esmaltação cloisonné e granadas, moedas, uma cabeça de touro e um anel com a inscrição “CHILDERICI REGIS” (rei Childerico), o que possibilitou a identificação da tumba. Mas, de tudo, o mais interessante foi a descoberta de 300 abelhas ornamentais em ouro.
Primeiramente, o tesouro de Childerico I foi enviado para Viena, pelo então governador, o arquiduque Leopoldo Guilherme de Habsburgo. Com a morte de Leopoldo Guilherme, o tesouro tornou-se propriedade do imperador austríaco, Leopoldo I. Em 1665, o tesouro foi dado de presente ao rei francês, Luís XIV, que não se impressionou muito e o guardou na Biblioteca Real, atual Biblioteca Nacional da França.



Muitos anos depois, Napoleão Bonaparte, ao procurar alternativas à flor-de-lis, símbolo heráldico dos Bourbons retirados do trono com a Revolução Francesa, interessou-se pelas abelhas de ouro e fez delas símbolos do novo império francês. Ao ser sagrado imperador dos franceses em 02 de dezembro de 1804, tinha as abelhas bordadas no seu manto imperial.
Na madrugada de 06 de novembro de 1831, o tesouro de Childerico estava entre as muitas jóias roubadas da Biblioteca e posteriormente derretidas. Foram encontrados 80 quilos, aproximadamente, das peças roubadas, escondidas às margens do rio Sena, incluindo duas abelhas intactas.
Apesar do roubo e de várias peças derretidas, ainda hoje podemos ter uma idéia de como era o tesouro de Childerico I: antes de presentear Luís XIV, o imperador Leopoldo I mandou fazer cópias de todos os objetos e vários deles encontram-se hoje no museu de Innsbruck, Áustria.
ao exumarem o túmulo de Childerico I os arqueólogos acharam enterradas com ele 300 abelhas de ouro maciço. Estava bem… abelha. E, tem graça… em 1804, Napoleão é coroado imperador. No acto da coroação ostenta, pregadas às vestes, uma quantidade de abelhas de ouro.


Por falar em Napoleão, diga-se que Napoleão estava atento à dinastia merovíngia, tanto assim que (está bem, abelha…) Napoleão teve o cuidado de mandar compilar genealogias a fim de saber se a linhagem havia ou não sobrevivido à queda da dinastia.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DAS JÓIAS DURANTE A IDADE MÉDIA

São variados os aspectos econômicos e sociais que influenciaram o uso das jóias durante o período medieval. A grande maioria dos materiais utilizados na confecção das jóias tinha um alto e variável preço, que dependia da disponibilidade do material, da demanda do mercado e da moda ou estilo vigente. Como regra geral, quanto maior o tamanho da gema, maior o seu preço.
A safira, gema preferida entre todas as outras até o final do século XIII, mais tarde cedeu mercado para o rubi, não só em preferência mas também em preço. No século XIV, o diamante tornou-se a gema mais cara e valiosa em praticamente toda a Europa, menos em Portugal e na Espanha, onde a esmeralda ocupava o topo doranking em preço e preferência. As pérolas circulavam em enormes quantidades e eram vendidas, em geral, pelo peso. O maior mercado europeu para as pérolas importadas do Oriente era Veneza, que também reunia o maior número de fundições da Europa do século XIII.

Mercado veneziano de jóias

A grande maioria dos clientes do mercado de jóias e gemas medieval era formada por reis, príncipes, nobres, membros do alto clero católico, e ricos comerciantes. Mercadores e a grande maioria dos comerciantes possuíam relativamente poucas jóias e as gemas eram utilizadas como reserva financeira: mesmo as gemas ou jóias que porventura quebrassem eram guardadas com cuidado, porque valiam como lastro. Já os reis, nobres e membros do clero utilizavam as jóias como adorno pessoal, como demonstração de munificência, para presentear e para validar acordos comerciais ou políticos.
Geralmente, as gemas eram oferecidas como presentes em casamentos, na passagem do Ano Novo e em algumas outras ocasiões importantes, algumas já destacadas acima.
No século XIV a importância das gemas valiosas era tão significativa, que algumas recebiam nomes próprios: Jean, Duque de Berry (1340-1416), possuía o "Grande Balas de Veneza" (comprado de Valentina Visconti em 1407), o "Balas de Orange" (comprado em 1408 de dois mercadores franceses), o "Balas de David", o "Rubi de Gloucester", o "Rubi de Apulia", o "Rubi da Montanha" (comprado em 1405), o "Rubi de Berry" (comprado em 1408) e o "Rei dos Rubis" (comprado para presentear seu sobrinho João Sem Medo, Duque da Burgúndia), entre várias outras gemas de imenso valor. Sendo uma prática comum entre famílias nobres principalmente, a oferta como presente ou em forma de dote tornava algumas gemas e jóias não só muito apreciadas por sua beleza ou valor mas também por suas associações familiares ou de Estado.



A aquisição e a posse de gemas preciosas eram assunto de grande interesse e satisfação dos nobres medievais, assim como os provia com um tesouro que podia ser utilizado para aumentar ainda mais a magnificência de suas roupas, jóias e baixelas. Algumas vezes, jóias individuais ou coleções de jóias eram vendidas por seus nobres possuidores para outros grandes personagens. Uma troca de jóias entre cortes distantes era um procedimento comum entre governantes. Em muitas ocasiões, frequentes durante o período medieval, jóias que tinham sido possuídas por nobres, homens e mulheres, eram deixadas em testamento para a Igreja e acabavam como parte do tesouro eclesiástico ou como parte da decoração de uma capela ou igreja. Era um procedimento muito comum oferecer-se jóias como pias doações a igrejas e santuários .
A oferta de jóias como presente a uma noiva quando do seu noivado, e depois quando da ocasião do seu casamento, era um conhecido costume social praticado por todas as classes sociais da Europa ocidental medieval. Em vários países era esperado que a família da noiva ou o noivo a presenteasse com ornamentos decorados com jóias em honra do seu novo status social de mulher casada. O noivo também oferecia a sua pretendente alguma jóia de significado sentimental especial, em geral um anel ou um broche.
Entre as classes mais abastadas, não existia nenhuma situação social em que dois amantes secretos pudessem presentear um ao outro com jóias livremente, ou mesmo usá-las abertamente (se recebidas em segredo como presente, o que acontecia com freqüência). No código da cavalaria cortês, o amante tinha o dever e a conseqüente necessidade de esconder sua afeição sob linguagem e símbolos enigmáticos, para não expor sua dama ao escândalo e à desonra. No século XIV, surge a solução para o problema: o cavaleiro escondia através de uma imagem - uma flor ou pássaro – o objeto do seu culto, enquanto imaginava , através das atitudes de sua amada, se o objeto oferecido era recebido e usado, ou rejeitado. Estas atitudes significavam que a dama (em geral, casada ou seriamente comprometida) aceitava, ou não, a afeição do seu admirador.
Os nobres ou assemelhados, durante praticamente todo o período medieval e em praticamente toda a Europa, podiam receber jóias de presente por participação ou vitória em torneios, assim como por sua iniciação no mundo da cavalaria galante.
Sobre o uso diário de jóias pelas classes mais elevadas da sociedade medieval ainda não se sabe o bastante, mas eram usadas em festins, festivais e festividades - casamentos, banquetes, danças, torneios e eventos religiosos – onde se celebrava tanto o esplendor secular quanto a pia devoção. Raríssimas foram as ocasiões em que reis, rainhas, nobres e cavaleiros apareceram em público sem estarem ornados por jóias que simbolizassem o seu status elevado na sociedade assim como a sua riqueza.
Nos círculos mais baixos da sociedade medieval o uso de jóias dividia-se em duas categorias: peças baratas para serem usadas diariamente e as chamadas "jóias de festa", para serem usadas em grandes ocasiões. Os casamentos sem dúvida eram considerados como um grande momento para se portar o que se tinha de melhor.
Na Idade Média não existia, basicamente, a distinção entre os sexos na utilização de jóias: ambos homens e mulheres portavam colares, anéis, broches, cintos ornados e diademas. A grande variedade e maior suntuosidade das jóias femininas dá-se, em parte, pela grande variedade de jóias para ornamentarem a cabeça e/ou os cabelos, assim como outros valiosos adereços para as vestimentas, e parte devido aos diferentes papéis vividos por homens e mulheres na sociedade medieval. Os homens utilizavam as jóias para os dias festivos e as mulheres, sempre que deixavam o lar, as portavam com suntuosidade. Provavelmente por isso é que a maior parte da legislação medieval que tratava da fabricação, comercialização e do uso das jóias, neste último aspecto tenha se dirigido mais às mulheres.
Existia, no entanto, mesmo nas questões teórico-legais sobre a utilização de jóias, diferenças de opinião sobre qual dos dois sexos deveria portar jóias mais ricamente: uns achavam que devia ser o homem, já que exercia um poder na sociedade muito maior que a mulher, com algumas restrições para a utilização exagerada de jóias; outros achavam que devia ser a mulher : "...está mais de acordo que seja a mulher a prender o homem a ela, pela utilização de seus adornos e atavios, do que o contrário...", escreveu Konrad von Megenburg (1309-74). Precauções, porém, como já escrevemos, deviam existir para evitar-se o excesso de jóias pela mulher: sermões e escritos religiosos sobre a vaidade e a ostentação eram constantes.


Desde praticamente o início do período medieval existem registros de jóias feitas especialmente para as crianças.
Famílias nobres e também burguesas adornavam seus filhos com broches e cintos decorados. As jóias infantis eram semelhantes, em estilo, às jóias usadas pelos adultos, mas em tamanho menor e feitas em materiais mais baratos. Na Itália do século XIV, era costume presentear-se os recém-nascidos com cruzes ou peças em coral para serem usadas ao pescoço, como proteção. Em pinturas do Quattrocento italiano podemos admirar o Menino Jesus em várias representações do tema A Virgem e o Menino usando peças em coral ao redor do pescoço. Algumas vezes, o exagero com que os pais adornavam suas crianças era tão grande, que suscitava sermões como o de São Bernardino à população de Siena: "Quando eu penso nas suas crianças, quanto ouro, quanta prata, quantas pérolas, quantos bordados vocês os fazem usar!".
A paixão medieval por jóias era tamanha que, apesar dos votos de pobreza, eram necessárias regras e normas para impedirem monges e freiras de as portarem. Em 1227, o sínodo de Trier proibiu as freiras de portarem qualquer tipo de jóias em prata ou ouro e ainda, cintos em seda e vestes bordadas. O estatuto do Hôtel-Dieu de Troyes de 1263 proibia as freiras daquela instituição de se ornarem com pedras preciosas, a não ser quando doentes – acreditava-se nos poderes curativos de algumas gemas. Mas as freiras de nascimento nobre tinham o privilégio de não só usarem jóias, como de as receber como presentes. Muitos do alto clero da Igreja davam a eles mesmos, licenças especiais para usarem jóias, e os membros menos poderosos seguiam o exemplo. Na arquidiocese de Milão, o uso de jóias e vestes adornadas com pedras preciosas era tão excessivo que em 1215 foi publicado um edito proibindo a utilização de jóias e vestes decoradas. As únicas exceções eram os anéis. Bispos e arcebispos os usavam como insígnia de sua posição e também os colecionavam, para servirem de lastro ou para serem ofertados como presentes.
As leis seculares expressavam a importância das jóias como símbolos de posição social. Ricos cidadãos e suas esposas eram freqüentemente proibidos de usarem jóias em ouro ou com pedras preciosas, privilégio da nobreza e do clero. Uma lei real francesa de 1283 ordenava que " Nenhum burguês ou burguesa portará jóias em ouro, adornadas com pedras preciosas ou pérolas, cintos em ouro ou diademas em ouro ou prata". Não foi somente o ciúme dos nobres em relação aos novos-ricos burgueses que causou o surgimento deste tipo de lei: da segunda metade do século XIII em diante, até em comunidades mercantis foram promulgadas leis para restringir a extravagância das vestimentas e das jóias usadas pelas mulheres, não só para assegurar a estabilidade das fortunas mas também para balancear as camadas da sociedade existente.

terça-feira, 8 de julho de 2014

A história da joalheria Chinesa.

A prática de fazer jóias na China começou há mais de 5.000 anos atrás, durante o Médio Delta do Yangtze neolítica Yang-Shao e culturas Lungshanoid. Como design de jóias chineses desenvolveram, os motivos foram adotadas projeto elaborado que tinha significado religioso específico, e eram tradicionalmente usadas em cerimônias budistas.
A história chinesa começa muito cedo com o mítico "Soberanos Three" (Três Augustos) que foram Fu Xi (Fu Hsi) o "Soberano Celestial", Nuwa o "Soberano Terra", e Shennong o "Soberano do Homem." Três Soberanos foram governantes mitológica da China, e reis-deuses, durante o período de c. 2852 aC a 2205 aC, precedendo imperador Yu (aka Sì Wénmìng ou "Yu, o Grande") da dinastia Xia. Nuwa era uma deusa criadora feminina que foi creditado com a criação da humanidade, e reparar o muro do céu. Nüwa era tipicamente representado com corpo de uma serpente.
Segundo a mitologia imperador chinês Huang-di (conhecido como o "Imperador Amarelo") é dito ser o ancestral de todos os chineses Han, tornando-se uma divindade principal do taoísmo durante a Dinastia Han. Huang-di reinou de 2497 aC a 2398 aC, e é dito que viveram a 100 anos de idade, pai de mais de 25 crianças. Diz a lenda que sua esposa, Luo Zu, ensinou os chineses como tecer a seda do bicho da seda. Após a morte de Huang-di é que se diz que um dragão desceu do céu, levando-o embora. Alternativly, Huang-di-se transformado em metade homem-dragão meio e voou para longe.

Motivos chineses Jóias e Materiais

O dragão e Phoenix foram motivos populares em jóias chinesas cedo, e permanece assim hoje. O dragão representa as forças primordiais da natureza e o universo, e estão associados com sabedoria e longevidade. O "cinco garras" dragão era um símbolo dos imperadores chineses, enquanto o Phoenix, ou fenghuang era o símbolo da imperatriz chinesa.

Imperadores Fu Xi (direita) e Nuwa c. 2800 aC

Imperador Amarelo (c. 2390), o Soberano Nüwa Earthly

O brinco foi um dos itens mais comuns de jóias chinesas, o que poderia ser usado por qualquer homem e a mulher. Brincos podem ser bastante complicados e grandes. Jóias chinesas , no início , eram fabricadas usando prata como um metal dominante, juntamente com pequenas quantidades de ouro e bronze .
Sem dúvida, um dos materiais mais importantes, e premiado usado em jóias de jade chinês foi, conhecido como " Jade imperial chinesa . " Jade foi atribuído com o humano-como atributos como beleza e resistência. Jade foi usado como um talismã para proteger o usuário e como um símbolo de status indicando a dignidade, graça e moral do proprietário.

Jin Dynasty jade c. 350 dC

Fenghuang (aves), c. Segundo século aC

A maioria dos jade usado na China antes dos séculos 17 e 18 foi nephrite, que também era conhecido como "Jade Ming." Há um antigo provérbio chinês que diz: "o ouro é estimável, mas jade é inestimável." Primeiros anéis de jade mostram evidências de que está sendo trabalhado com um tipo antigo de fresadora composto. Água salgada pérolas foram outra jóia indígena que foi popular em toda a China.

Coroa Imperador Ming Zhu Yijun do c. 1619

Carving Jade

Azul foi, e ainda é , uma cor "Imperial" na China, usado para simbolizar a realeza e / ou classificação, e azul de esmaltação foi usado para embelezar ornamentação real. Penas azuis kingfisher às vezes eram afixados headpieces jóias como acentos decorativos.
Na China, a jóia era usada por ambos os sexos para mostrar tanto a nobreza e riqueza. As mulheres usavam uma variedade de jóias, que poderia incluir um cocar ou uma simples cabeça de banda, que foi similar para as mulheres do Vale do Indo . Jóias, amuletos religiosos e outros artigos decorativos eram colocados nos túmulos dos falecidos após o enterro.Governantes e altos funcionários eram sepultados com artefatos de jade para proteger em vida após a morte, e alguns realeza eram mesmo enterrado em um conjunto completo feito de verde jadeite .

Jóias Ming Dynasty Pinos

Ming Dragão Mantilha

Hoje na China, pérolas (de água doce e água salgada), jade (nephrite e jadeite), e cloisonné esmaltação permanecem os materiais gemstone mais popular na China. Os chineses não esquecem o passado, e essas jóias são parte integrante de sua cultura, herança e espiritualidade.

Rota da Seda da China Antiga

A "Rota da Seda", antigos ou "Rota da Seda", não foi uma única passagem caminho, mas uma extensa rede interligada de rotas 5.000 quilômetros de extensão comércio que atravessou o continente asiático ligando a China e Sudeste da Ásia com o Vale do Indo e da Pérsia , bem como as culturas antigas do Mediterrâneo de Canaã , Egito , Micenas e Roma .
Embora o nome implica que a seda foi negociado ao longo destas rotas, este certamente não foi a única commodity a ser importado de leste a oeste. Durante o 3 º milênio aC, pedras semipreciosas, tais como lápis-lazúli , e bens, tais como algodão egípcio fizeram a sua leste caminho ao longo da Rota da Seda , enquanto jade , marfim , cera de abelha, cânfora, almíscar e seda da China, Bornéu e da Índia fizeram o seu caminho para o oeste .
Sob a dinastia Tang (618-907 AD), e seu poderoso general Su Dingfang, China controlava a Rota da Seda toda tão longe como Aria (atual Herat, oeste do Afeganistão), impondo seu domínio com a ajuda do göktürks que agora realizado títulos chineses, e lutaram lado a lado com os chineses para manter o controle.
Durante Leste da China da Dinastia Han (206 aC-220 dC) uma rota marítima foi adicionado ao Silk rotas terrestres Road. A rota marítima começou na foz do rio Vermelho, perto dos dias de hoje Hanói, viajando através do Estreito de Malacca do sudeste da Ásia, para Sri Lanka e da Índia, depois para a Pérsia, Axum (atual Etiópia) e Roma.

Pendentes em Jade
Foto British Museum

As antigas jóias chinesas possuíam uma grande variedade de formas e a maneira como homens e mulheres as utilizavam se relacionava diretamente com as intrincadas convenções de etiqueta social e o senso estético da sociedade chinesa durante os períodos que compreendem as dinastias Xia (2003 – 1562 AC) e Ming (1368- 1644 BC). As jóias eram usadas para ornamentar cabeça, orelhas, pescoço, peito, mãos, pés e até templos e podiam ser feitas em ouro, prata, ferro e bronze. As gemas preferidas eram o jade e a turquesa.
Na antiga sociedade imperial chinesa, os penteados e ornamentos de cabeça determinavam o status social de que os portava. A simetria era de vital importância para um perfeito adorno capilar - que combinava o penteado com as jóias escolhidas - e era até mais considerado do que o próprio valor das jóias em si. Em geral, odesign das peças refletia a arquitetura da época, que utilizava a repetição de elementos ou grupos de elementos para conseguir pureza estética e equilíbrio. Assim, não somente as jóias e o penteado confirmavam o status social, mas também contribuíam de forma inequívoca para que a pessoa se tornasse visualmente um perfeito sistema estético.
As jóias mais populares do período imperial chinês foram os brincos. Estes tinham formas e estilos extremamente variados, sendo a arquitetura a principal fonte de inspiração, mais até do que a natureza.
Os ornamentos de pescoço incluíam colares, torcs (colares geralmente rígidos e usados próximos ao pescoço por proteção, compostos quase sempre por fios de ouro retorcidos; representavam riqueza, poder e coragem e também eram usados pelos homens em batalhas para demonstrar grau de comando; em geral tinham as suas extremidades decoradas com figuras zoomórficas (o dragão e o leão eram os prediletos) e peitorais. Algumas dessas jóias tinham somente uma função ornamental, enquanto que outras possuíam funções mágicas ou utilitárias.
Os peitorais eram outro tipo de adorno para pescoço e nas dinastias mais antigas eram compostos de correntes com um camafeu no centro. Mais tarde tomaram a forma de um disco chato, possivelmente inspirados em moedas, já que peitorais mais recentes, em forma de disco, possuem moedas na sua composição. Eram usados por membros da classe mais alta e em estátuas ou pinturas que representavam deuses.
Os braceletes também eram adornos populares e eram confeccionados geralmente em formas triangulares e circulares. Podiam ser maciços ou ocos e às vezes possuíam extremidades zoomórficas e eram usados por homens e mulheres igualmente, podendo ser em pares ou uma só peça. Existiam também os braceletes para tornozelos e seu design mais popular continha as duas extremidades da cobra, símbolo da força vital para os chineses.
Os anéis serviam para adornar ou cumprir funções, como atuar como selo, e eram confeccionados em secção triangular, circular, oval ou chata. As imagens representadas podiam ser zoomórficas ou antropomórficas, sendo as zoomórficas as preferidas. Também era muito comum o anel em forma de cone que vestia o dedo inteiro e possuía uma ponta bem afiada. Na classe mais alta era usado em todos os dedos das mãos.