quarta-feira, 16 de abril de 2014

A história das jóias na Grécia

O início da história da joalheria grega remonta à Pré-História. Maravilhosos exemplares, de excepcional e delicada ourivesaria e contendo, os mais antigos, 5000 anos, foram encontrados em Creta e em outras ilhas do Mar Egeu. Estudos constataram que estas peças pertencem ao período da civilização Minóica e também à civilização Micênica, que a sucedeu. Ambas as civilizações constituíram as bases para o desenvolvimento da civilização Grega, nutrindo as narrativas épicas de Homero, que por sua vez alimentou grande parte da literatura e da iconografia de toda a Antiguidade: ourives criavam inspirados nas detalhadas descrições do escudo de Aquiles, do cinto de Afrodite ou das maçanetas douradas do palácio de Tróia.
Depois da extinção do mundo micênico ocorreu o chamado Período Negro (1100-800 a C). A joalheria deste período refletiu pouco a imaginativa riqueza dos períodos anteriores, apesar de que a chama da tradição da confecção de jóias continuasse acesa, para brilhar novamente a partir do ano 800 a C, quando novas peças confeccionadas em refinada técnica e delicado artesanato apareceram nas ilhas eginas.
Apesar da Grécia durante o período Arcaico (600- 475 a C), ter sofrido grandemente durante as Guerras Persas, por sorte tiveram pouco efeito sobre o alto nível da cultura helênica. As artes continuaram com crescente vigor nas cidades gregas às margens do Ponto Euxino (Mar Negro), no sudeste da Itália e na Sicília, e até na Península Ibérica. No Período Clássico, também conhecido como Idade de Ouro, a quantidade de jóias confeccionadas foi menor do que nos períodos anteriores, mas foi tão soberba na qualidade e na perfeição técnica que a arte da ourivesaria elevou-se ao patamar da escultura em miniatura.
A opulência da arte da ourivesaria, no entanto, verificou-se após as conquistas de Alexandre, o Grande, quando o ouro e as gemas eram encontrados em abundância. As jóias gregas passaram então não somente a serem enriquecidas com designs de influências orientais, mas também embelezadas com gemas raras. A utilização de gemas de cores variadas nas mesmas jóias passou a ser largamente utilizada.
Durante o período de domínio romano, o design foi negligenciado em função de um maior embelezamento das jóias por gemas. A variedade, o luxo e a magnificência da joalheria grega alcançaram o seu clímax durante o Império Bizantino, entre os séculos X e XI da nossa era. O modo de vida luxuoso da corte bizantina, admirado e copiado por príncipes do Ocidente e do Oriente, era refletido em jóias fantásticas, em termos de design, técnicas de fabricação e elementos decorativos. A profissão de argyroprates (joalheiro), era considerada uma das mais nobres da era bizantina, sendo regulamentada por leis especiais. Alguns exemplares da joalheria bizantina, como adornos pessoais e jóias sacras podem ser encontrados em coleções particulares e em grandes museus, mas sem dúvida que uma parte significante deste tesouro foi perdida para sempre.
A Queda de Constantinopla em 1453 marca o fim do Império Bizantino e o começo da dominação turca otomana, que subjugou a Grécia por 400 anos. Durante este período, ourives trabalharam sob duras condições e restrições, para ver sua arte florescer somente nos séculos XVII e XVIII. Centros de ourivesaria foram estabelecidos em diversas partes da Grécia e, por conta da dificuldade em se adquirir ouro, o bronze e a prata passaram a ser utilizados na confecção de jóias e ornamentos. As fontes de inspiração eram as antigas artes gregas, símbolos bizantinos como a águia com duas cabeças e a arquitetura e a natureza.

No século XIX acontece a Guerra pela Independência e a conseqüente criação do Estado Moderno Grego. Com a volta da prosperidade à sociedade e a admiração dos gregos pela cultura européia, nas artes gregas em geral e na arte da ourivesaria em particular, aconteceu uma "europeização" da cultura grega, que só diminuiu na primeira metade do século XX com a volta da apreciação, não somente da antiga civilização grega, mas também da nova tendência nas artes grega, chamada de neo-helênica. A partir de 1950, graças ao talento de ourives, joalheiros e traders, a joalheria grega tem conseguido uma posição de destaque no comércio internacional joalheiro, graças à riqueza das suas fontes de inspiração, aplicadas a novas e antigas técnicas de ourivesaria, que possibilitam a criação de uma joalheria contemporânea.

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