As espinelas ou espinélios, constituem um grupo de minerais que cristalizam no sistema
cúbico, com hábito octaédrico. A sua fórmula geral é (X)(Y)2O4, onde X
representa catiões que ocupam posições
tetraédricas e Y catiões que ocupam posições octaédricas. Catiões divalentes, trivalentes e
tetravalentes podem ocupar as posições X e Y, incluindo magnésio, zinco, ferro,
manganês, alumínio, crómio, titânio e silício. Os aniões de oxigénio formam uma
estrutura cúbica.
Espinela – MgAl2O4, que dá o nome
ao grupo
Gahnite - ZnAl2O4
Franklinite - (Fe,Mn,Zn)(Fe,Mn)2O4
Cromite - (Fe·Mg)Cr2O4
Magnetite - Fe3O4
Hercinite - FeAl2O4
Ulvospinela - TiFe2O4
Jacobsite - MnFe2O4
Trevorite - NiFe2O4
Ringwoodite - SiMg2O4,
um polimorfo de
olivina abundante no manto entre 520 e 660 km de profundidade e um mineral raro
em meteoritos.
Ocorrência e distribuição
A espinela verdadeira é desde há muito conhecida em aluviões do Sri Lanka e
em calcários de Mianmar e Tailândia. É ainda explorada no Tadjiquistão e
Tanzânia.
As espinelas geralmente ocorrem como cristais isómetricos, octaédricos, geralmente maclados. Apresentam clivagem
octaédrica imperfeita e fractura concoidal. A sua dureza na escala de Mohs é 8, o seu peso específico situa-se entre 3,5 e 4,1 e são
transparentes a opacas com brilho vítreo a baço. Podem ser incolores, mas
geralmente ocorrem em tons variados de vermelho, azul, verde, amarelo, castanho
ou negro. Existe também uma espinela branca, hoje em dia desaparecida, que foi encontrada durante algum
tempo no Sri Lanka.
As espinelas vermelhas e transparentes são chamadas de espinelas-rubis ou rubis-balas e
eram muitas vezes confundidas com verdadeiros rubis na antiguidade. A palavra
balas deriva de Balascia, o nome antigo de Badakhshan, uma região na Ásia central situada no vale superior do rio Kokcha, um dos principais
afluentes do rio Oxus. A espinela amarela é chamada rubicela e a espinela de manganês de cor violeta almandina.
A espinela pode ser encontrada em rochas metamórficas e também como mineral
primário em rochas básicas, pois em magmas deste tipo aausência de alcalis não permite a formação de
feldspatos, e qualquer óxido de alumínio presente formará corindon ou combinar-se-á com
magnésia para formar espinela. É por este motivo que muitas vezes o rubi e as espinelas são encontrados juntos.
História da espinela como gema
Muitos rubis, famosos por se acharem incrustados em coroas da
realeza são, na verdade, espinelas. A mais famosa é a 'Black Prince's Ruby', uma espinela de 170 quilates, de um vermelho magnífico, que adorna a coroa
imperial do estado entre as jóias da coroa britânica. Henrique V chegou a
usá-lo no seu capacete de batalha.
O rubi de Timur, uma gema vermelha de 352 quilates, actualmente propriedade da Rainha
Elizabeth II, tem a marca de alguns imperadores que o possuíram antes,
conferindo-lhe inegável prestígio.
Em Mianmar, onde são encontradas algumas das cores mais
deslumbrantes de espinelas, esta gema foi classificada como uma espécie distinta do rubi em
1587. Noutros países a confusão com o rubi manteve-se por centenas de anos.
Cristais de espinela em uma matriz de mármore e calcita
Apreciada actualmente pela sua própria natureza, a espinela é uma das pedras preciosas preferidas dos negociantes e coleccionadores de gemas devido ao seu
brilho, dureza e ao largo espectro de cores deslumbrantes.
Tem interesse particular, uma variedade cor-de-rosa quente, vívido,
com laivos laranja, explorada nas minas de Mianmar o que lhe dá características
únicas como gema. A espinela aparece também em tons azuis e é, então, designada como espinela de cobalto, sendo estes
exemplares raríssimos.
Porque a espinela pode também ser produzida artificalmente em laboratório destinada a ornamentar anéis com a imitação da
pedra de nascimento, é frequente associar-se o nome de espinela ao seu fabrico sintético.
A espinela é uma gema resistente, perfeita para a indústria da joalharia.
Facetada, o mais das vezes é talhada em forma oval ou circular, sendo muito
difícil de encontrar em tamanhos calibrados dada a sua raridade.
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