domingo, 22 de junho de 2014

A história dos broches- segunda parte

A história dos broches ainda não terminou por aqui:
no rococó, os laços e as fitas faziam sucesso na decoração das jóias, criando intrincados entrelaces em torno dos broches. Os broches mais usados tinham o design de um bouquet de flores, com as gemas imitando quase à perfeição o colorido das flores e folhas. Os broches utilizados pelas damas no corpete eram, em geral, confeccionados em duas partes, para permitir uma maior mobilidade, já que ocupavam toda a extensão da altura desta parte do vestuário.


No neoclássico, com a volta aos estilos grego e romano, os broches apareceram mais associados a camafeus, agora não só feitos de marfim, mas também em pasta de porcelana ou vidro. A companhia de James Tassie, Glasgow, Escócia, utilizando moldes de coleções de antigüidades ou mesmo de jóias contemporâneas à época, fabricava camafeus de vidro. Em 1791, foram listados em torno de 15.000 diferentes tipos de broches. Eram tão perfeitos que a imperatriz russa Catarina, "A Grande", ordenou a confecção de vários broches para uso pessoal. Com o estilo império, ditado pela ascensão de Napoleão I ao trono da França, os camafeus de pasta de vidro e porcelana continuam na moda, adornados com pérolas e diamantes.

No romantismo e, depois, na belle époque, a descoberta das minas de diamante em Kimberley, Africa do Sul, fez surgir a chamada ‘joalheria branca’: jóias adornadas somente com diamantes e, às vezes, com pérolas. Motivos naturalistas como flores, vinhas, borboletas e gaivotas eram populares. O delicado estilo ‘guirlanda’, de Cartier, foi inspirado em livros da época de Luís XVI e Maria Antonieta. No final do século XIX, pequenos broches adornavam em profusão os corpetes, e também os cabelos.


O estilo art nouveau foi responsável por delicados broches florais decorados com esmaltação plic-à-jour. A flora e os insetos eram fontes de grande inspiração e metais como a platina, o ouro e a prata, e materiais como o vidro e o marfim eram utilizados junto a diamantes, rubis, pedras-da-lua, ágatas, pérolas e safiras, em harmoniosas composições.

Os broches durante o período art decó, identificado pela geometricidade no design e contraste de cores, conseguido pela utilização de gemas como coral vermelho, lápis-lazúli, jade e ônix, tendiam a ser pequenos e eram usados no ombro, em cintos ou chapéus.

Durante a segunda guerra mundial, a indústria joalheira decresceu em produção na Europa. Algumas maisons continuaram a trabalhar em ritmo mais lento, e a Cartier foi uma delas. São famosos os broches que simbolizavam a Paris ocupada pelos alemães e a Paris libertada: o primeiro, um pássaro preso numa gaiola e o segundo, um pássaro cantando com a gaiola aberta. Os motivos naturalísticos predominavam, caracterizados pela assimetria, espontaneidade e movimento: pássaros exóticos, animais e bouquets de flores.

A partir de 1960, a joalharia teve uma significativa mudança, que se reflete até hoje em dia. As grandes maisons joalheiras continuaram a produzir jóias em materiais preciosos seguindo estilos evocados de épocas precedentes, mas surgiram tambémdesigners e artesãos, egressos de escolas de artes, que trabalhavam individualmente. Uma quantidade enorme de novas idéias surgiu e continua surgindo, algumas revolucionárias em quase todos os aspectos, outras mostrando novos estilos, no entanto claramente envolvidas em tradições estabelecidas. Assim como outras peças de joalharia, o broche também tem servido de ‘campo experimental’ para estes novos profissionais: broches confeccionados em espuma dura, papel, plásticos, madeiras, metais diversos e também, claro, em materiais preciosos como o ouro, a platina, o nióbio e a prata, todos com propostas inovadoras e criativas.

Nenhum comentário: