sexta-feira, 25 de abril de 2014

História- Joalheria Belle Èpoque

Com o início do século XX, joalheiros como Cartier e Boucheron, adotaram um novo estilo, inspirado no século XVIII e chamado de Belle Èpoque, compondo jóia onde a delicadeza das guirlandas, das flores estilizadas e da utilização da platina, era uma reação à banalidade das jóias recobertas de diamantes. Por volta da mesma época, os joalheiros da corrente Art Nouveau, liderados por René Lalique, criaram furor na Exposição de Paris de 1900, com designs inspirados na natureza e executados em materiais como marfim e chifres de animais, escolhidos mais pela sua qualidade estética do que por seu valor intrínseco. Como não eram jóias práticas para uso, o estilo rapidamente desapareceu, com o início da 1ª Guerra Mundial.

Um dos maiores representantes deste movimento artístico foi René Lalique, que nasceu em 1860 na França e desenvolveu técnicas inovadoras de trabalhos em vidro. Entre os objetos criados por ele, encontram-se frascos de perfumes, luminárias, etc.
Lalique iniciou seu aprendizado com Louis Aucoq e aprimorou seus conhecimentos em Sydenham Art College em Londres. Ao voltar para França começa a fazer desenhos para joalherias e em 1886 abre sua própia loja.
Suas jóias, seguindo as características do Art Noveau, foram inspiradas na fauna e flora. Através da utilização de materiais inusitados para a joalheria como vidro, marfim, ossos, entre outros, fez surgir belíssimas ninfas, mulheres aladas, insetos, pavões e diversas formas exuberantes.
Também encontramos em sua obra, gemas consideradas semi-preciosas na época, como: opalas, pérolas barrocas, ônix, opalas, jaspe entre outras. Hoje esses materiais são muito valorizados e recebem  o nome de GEMAS.



O pingente para o pescoço 'Mulher-libélula, asas abertas', 
com gargantilha de ouro, é de 1898-1900.


A beleza clássica das jóias de René Lalique


Outra característica relevante em suas criações é a utilização da esmaltação. Lalique domina a técnica e utiliza  todo o potencial do material, suas variadas tonalidades e aplicações.
A mescla de materiais inovadores com esmalte e formas orgânicas, sempre de maneira original e artística resultava em peças surpreendentes.

Com a paz, em 1918, impõe-se na joalheria o estilo Art Decó, com seu design associado ao Cubismo, ao Abstracionismo e a arquitetura da Bauhaus, os quais por sua vez sofreram influência de motivos orientais e africanos.



 Pendente Cartier,1925



Suavizado na década de 30 pelos motivos figurativos e florais reintroduzidos por Cartier.,a arte da joalheria, depois da 2ª Guerra Mundial, adaptou - se a uma clientela que comprava não só para uso, mas também como investimento. A ênfase passou a ser na qualidade das gemas, perfeitamente facetadas e montadas em peças de design de acordo com a moda. A partir da segunda metade do século XX, novas idéias e conceitos, assim como novos materiais passaram a ser utilizados pelos designers, como os metais titânio e nióbio, e também diferentes tipos de plásticos e papéis, buscando novos caminhos de expressão.
 O valor dos materiais não tinha muita relevância, sendo utilizados materiais mais baratos o que permitiu que a jóia fosse usada por outras camadas sociais além da alta sociedade.
Neste período dava-se ênfase as lapidações e cravações elaboradas e diferentes das tradicionais.
Ditaram as tendências da moda, assim como os avanços técnicos joalherias como: Cartier, Van Cleef & Arpels, Mauboussin e Boucheron.
As lapidações tiveram grande evolução, um grande exemplo está na peça de Van Cleef & Arpels: A cravação invisível -  Não vemos o metal que prende a gema. Anéis eram muito populares, várias pulseiras no braço também, assim como brincos longos, contrastando com os cabelos curtos.
A Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) traz o final deste estilo decorativo.

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