quinta-feira, 20 de março de 2014

Conheça a pedra natural- Espinela


As espinelas ou espinélios, constituem um grupo de minerais que cristalizam no sistema cúbico, com hábito octaédrico. A sua fórmula geral é (X)(Y)2O4, onde X representa catiões que ocupam posições tetraédricas e Y catiões que ocupam posições octaédricas. Catiões divalentes, trivalentes e tetravalentes podem ocupar as posições X e Y, incluindo magnésio, zinco, ferro, manganês, alumínio, crómio, titânio e silício. Os aniões de oxigénio formam uma estrutura cúbica.

Alguns minerais do grupo das espinelas

    Espinela – MgAl2O4, que dá o nome ao grupo
    Gahnite - ZnAl2O4
    Franklinite - (Fe,Mn,Zn)(Fe,Mn)2O4
    Cromite - (Fe·Mg)Cr2O4
    Magnetite - Fe3O4
    Hercinite - FeAl2O4
    Ulvospinela - TiFe2O4
    Jacobsite - MnFe2O4
    Trevorite - NiFe2O4
    Ringwoodite - SiMg2O4, 
um polimorfo de olivina abundante no manto entre 520 e 660 km de profundidade e um mineral raro em meteoritos.

Ocorrência e distribuição

A espinela verdadeira é desde há muito conhecida em aluviões do Sri Lanka e em calcários de Mianmar e Tailândia. É ainda explorada no Tadjiquistão e Tanzânia.
As espinelas geralmente ocorrem como cristais isómetricos, octaédricos, geralmente maclados. Apresentam clivagem octaédrica imperfeita e fractura concoidal. A sua dureza na escala de Mohs é 8, o seu peso específico situa-se entre 3,5 e 4,1 e são transparentes a opacas com brilho vítreo a baço. Podem ser incolores, mas geralmente ocorrem em tons variados de vermelho, azul, verde, amarelo, castanho ou negro. Existe também uma espinela branca, hoje em dia desaparecida, que foi encontrada durante algum tempo no Sri Lanka.
As espinelas vermelhas e transparentes são chamadas de espinelas-rubis ou rubis-balas e eram muitas vezes confundidas com verdadeiros rubis na antiguidade. A palavra balas deriva de Balascia, o nome antigo de Badakhshan, uma região na Ásia central situada no vale superior do rio Kokcha, um dos principais afluentes do rio Oxus. A espinela amarela é chamada rubicela e a espinela de manganês de cor violeta almandina.
A espinela pode ser encontrada em rochas metamórficas e também como mineral primário em rochas básicas, pois em magmas deste tipo aausência de alcalis não permite a formação de feldspatos, e qualquer óxido de alumínio presente formará corindon ou combinar-se-á com magnésia para formar espinela. É por este motivo que muitas vezes o rubi e as espinelas são encontrados juntos.

História da espinela como gema

Muitos rubis, famosos por se acharem incrustados em coroas da realeza são, na verdade, espinelas. A mais famosa é a 'Black Prince's Ruby', uma espinela de 170 quilates, de um vermelho magnífico, que adorna a coroa imperial do estado entre as jóias da coroa britânica. Henrique V chegou a usá-lo no seu capacete de batalha.
O rubi de Timur, uma gema vermelha de 352 quilates, actualmente propriedade da Rainha Elizabeth II, tem a marca de alguns imperadores que o possuíram antes, conferindo-lhe inegável prestígio.
Em Mianmar, onde são encontradas algumas das cores mais deslumbrantes de espinelas, esta gema foi classificada como uma espécie distinta do rubi em 1587. Noutros países a confusão com o rubi manteve-se por centenas de anos.

Cristais de espinela em uma matriz de mármore e calcita


Apreciada actualmente pela sua própria natureza, a espinela é uma das pedras preciosas preferidas dos negociantes e coleccionadores de gemas devido ao seu brilho, dureza e ao largo espectro de cores deslumbrantes.
Tem interesse particular, uma variedade cor-de-rosa quente, vívido, com laivos laranja, explorada nas minas de Mianmar o que lhe dá características únicas como gema. A espinela aparece também em tons azuis e é, então, designada como espinela de cobalto, sendo estes exemplares raríssimos.
Porque a espinela pode também ser produzida artificalmente em laboratório destinada a ornamentar anéis com a imitação da pedra de nascimento, é frequente associar-se o nome de espinela ao seu fabrico sintético.
A espinela é uma gema resistente, perfeita para a indústria da joalharia. Facetada, o mais das vezes é talhada em forma oval ou circular, sendo muito difícil de encontrar em tamanhos calibrados dada a sua raridade.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Conheça a pedra natural-Turquesa


Turquesa é uma gema geralmente entre a cor ciano e o verde, gerando a cor homônima. As variedades mais caras são a "robin's egg blue," (cor azul do céu). As inferiores são esverdeadas. A turquesa que se desvanece na cor é também inferior. A turquesa é um fosfato de alumínio com pequenas quantidades de cobre e ferro. A gema é apenas ligeiramente mais dura do que o vidro.

Em épocas antigas, turquesa foi usada pelos egípcios e foi retirada por eles na Península do Sinai. Existem depósitos importantes no Irã perto de Nishapur e também no sudoeste americano. A turquesa era considerada a pedra nacional da Pérsia e usada intensamente na decoração de objetos. A turquesa é usada por artesãos nativos americanos especialmente os trabalhadores em metais da tribo de índios Navajos da América do Norte. O material vívido encontrado no Arizona é conhecido como Bisbee Blue. Turquesa também é usada na camiseta do time de futebol inglês Chelsea, sendo uma das cores mais famosas em relação ao uniforme no mundo.

A turquesa, juntamente com o coral, é usada extensivamente em joalheria no Tibete e na Mongólia. A turquesa é encontrada na China e retirada das minas para venda a outros países, mas não é usada em joalheria. Algumas esculturas são feitas da mesma maneira que esculturas com jade.

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terça-feira, 18 de março de 2014

Conheça a pedra natural- Turmalina

Os minerais do grupo da turmalina constituem um dos mais complexos grupos de silicato quanto à sua composição química, sendo todos eles ciclossilicatos. A composição química da turmalina é
Na(Mg,Fe,Li,Mn,Al)3Al6(BO3)3Si6.O18(OH,F)4 .Trata-se de um grupo de silicatos de boro e alumínio, cuja composição é muito variável devido às substituições isomórficas (em solução sólida) que podem ocorrer na sua estrutura. Os elementos que mais comumente participam nestas substituições são o ferro, o magnésio, o sódio, o cálcio e o lítio existindo outros elementos que podem também ocorrer. A palavra turmalina é uma corruptela da palavra turamali do cingalês para pedra que atrai a cinza (uma referência às suas propriedades piroeléctricas).
A turmalina não possui clivagem. Seu hábito é prismático. A sua fractura é subconcoidal a regular. Tem dureza 7-7.5 e o seu peso específico é de 2.9-3.2, a densidade é mais elevada nas espécies portadoras de ferro. É transparente a opaca com lustre vítreo, por vezes resinoso em espécimes escuros.

A turmalina cristaliza no sistema trigonal e apresenta-se geralmente sob a forma de cristais de longos e delgados a prismáticos e colunares grossos geralmente com secção triangular. É interessante notar que as terminações dos cristais são assimétricas (hemimorfismo). Os cristais prismáticos delgados são comuns num granito de grão fino chamado aplito frequentemente formando um padrão radial. A turmalina é distinguida pelos seus prismas de três faces; nenhum outro mineral comum apresenta três faces. Os prismas têm frequentemente estriações verticais bem marcadas que ajudam a identificá-los. A turmalina é raramente euédrica. Uma exceção eram as dravites de Yinnietharra, Austrália ocidental. O depósito foi descoberto nos anos 70, mas encontra-se já esgotado. Em Minas Gerais, encontram-se cristais euédricos

A turmalina apresenta uma grande variedade de cores. Geralmente as ricas em ferro vão desde o preto ou preto-azulado ao castanho escuro; aquelas ricas em magnésio são castanhas a amarelas e as turmalinas ricas em lítio apresentam-se praticamente em todas as cores do arco-íris, azul, verde, vermelho, amarelo ou cor-de-rosa etc. Muito raramente são incolores. Os cristais bicoloridos e multicoloridos são relativamente comuns, refletindo variações da composição do fluido durante a cristalização. Os cristais podem ser verdes numa extremidade e cor-de-rosa na outra ou verdes no exterior com interior cor-de-rosa (este último tipo é por vezes chamado turmalina melancia).

A variedade mais comum de turmalina é a schorl ou schorlita, descrita pela primeira vez por Johannes Mathesius em 1524. Estima-se que possa corresponder a 95% ou mais de toda a turmalina existente na natureza. O significado da palavra schorl é um mistério tratando-se talvez de uma palavra de origem escandinava.

Gemas de turmalina vivamente coloridas, provenientes de Sri Lanka, foram trazidas para a Europa em grandes quantidades pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, para satisfazer a sua procura como objeto de curiosidade e como gema. Nessa altura, não se sabia que schorlita e turmalina eram o mesmo mineral.


Modo de ocorrência


Turmalina - Moçambique

A turmalina é encontrada em dois tipos principais de ambientes geológicos. Rochas ígneas, em particular o granito e pegmatitos graníticos e nas rochas metamórficas como o xisto e o mármore. A schorlita e as turmalinas ricas em lítio são geralmente encontradas em granitos e pegmatitos graníticos. As turmalinas ricas em magnésio (dravites), estão limitadas aos xistos e aos mármores. Além disso, a turmalina é um mineral resistente e pode ser encontrada em quantidades menores na forma de grãos em areias, arenitos e conglomerados.


Piezoelectricidade


Todos os cristais hemimórficos são piezoeléctricos e frequentemente também piroeléctricos. Quando aquecidos, os cristais da turmalina tornam-se carregados electricamente - positivamente numa extremidade e negativamente na outra, tal como uma bateria. Devido a este efeito os cristais de turmalina em colecções podem apresentar uma camada de pó pouco recomendável quando exibidos sob luzes que produzam muito calor. As propriedades eléctricas pouco comuns da turmalina tornaram-na famosa no século XVIII.


Usos e aplicações


Para noiva em turmalinas verdes design Andree Guittcis

A turmalina é usada em joalharia, em manometros e alguns tipos de microfones. Nas jóias, a indicolita (azul) é das mais caras seguida pela verdelita (verde) e pela rubelita (cor-de-rosa ou vermelha). Ironicamente, a variedade mais rara, a acroíta (incolor), não é apreciada sendo a menos cara das turmalinas transparentes. Em 1989, foi descoberta em São José da Batalha, Paraiba (Brasil) a turmalina Paraíba, com uma cor verde ou verde-azulada bem diferente das conhecidas, e que é hoje a variedade mais cara de todas. Posteriormente, a turmalina Paraíba foi encontrada também no estado do Rio Grande do Norte e na África (Moçambique e Nigéria). Essas jazidas estão em vias de esgotamento.

Outros nomes dados às turmalinas (em função da cor)

    Subgrupo da dravita:


        Castanho - dravita (do distrito de Drave de Caríntia)

    Subgrupo da schorl:

        Preto - schorl

    Subgrupo da elbaíta (em referência à ilha de Elba, Itália)

        Rosa ou de cor-de-rosa - rubelita (de rubi)

        Azul escuro - indicolita (de indigo)

        Azul da luz - safira brasileira

        Verde - verdelite ou esmeralda brasileira

        Incolor - acroíta (do grego para "incolor")

    Verdelite (Brasil)

    Elbaíte bicolor

    Anel de rubelita

Minerais do grupo da turmalina

    Elbaíta - Na(Li1.5,Al1.5Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Schorl - NaFe2+3Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Dravita - NaMg3Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Cromodravita - NaMg3Cr6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Olenita - NaAl3Al6Si6O18(BO3)3O3OH

    Buergerita - NaFe3+3Al6Si6O18(BO3)3O3F

    Povondraíte - NaFe3+3(Fe3+4Mg2Si6O18(BO3)3(OH)3O

    Vanadiodravita - NaMg3V6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Liddicoatita - Ca(Li2Al)Al6Si6O18(BO3)3(OH)3F

    Uvita - CaMg3(MgAl5Si6O18(BO3)3(OH)3F

    Feruvita - CaFe2+3(MgAl5Si6O18(BO3)3(OH)4

    Rossmanita - (LiAl2)Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Foitita - (Fe2+2Al)Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

    Magnesiofoitita - (Mg2Al)Al6Si6O18(BO3)3(OH)4

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