Um homem usando um detector de metais descobriu o maior tesouro em ouro já encontrado na Inglaterra. Este extraordinário achado responde muitas questões sobre o século VII, período da maioria das peças. Acredita-se que a maioria das peças encontradas datem de 675 a 725 DC e que foram encontradas no que na época seria o Reino de Mercia.
O tesouro de 1345 peças contém 5 kg de ouro [650 peças] e 2,5 kg de prata [530 peças], que é três vezes mais do que foi encontrado em Sutton Hoo, uma das escavações arqueológicas inglesas de maior importância. “ É uma coleção de material de valor sem precedentes”, disse o arqueólogo Kevin Leahy, que trabalha com um grupo voluntário, [PAS – Public Antiquities Scheme] que cataloga tesouros encontrados pela população.
Terry Herbert, que usava um detector de metais que comprara de segunda mão há mais de uma década, encontrou o tesouro enquanto se dedicava ao passatempo de detectar metais em Staffordshire. Terry encontrou 500 itens antes de chamar os especialistas, que então encontraram mais 800 objetos na terra. Por razões de segurança o local exato da descoberta foi mantido em segredo. Sabe-se só que é próximo a Burntwood, ao sul de Staffordshire, na parte central norte da Inglaterra.
O tesouro estava praticamente na superfície do terreno, junto à grama, tendo subido, provavelmente, depois da terra ter sido arada. A maioria das peças parece ser do século VII. O que não se sabe é quando e por que esses objetos foram enterrados.
Quase todas as peças são relacionadas a objetos bélicos. Há uns poucos itens de indumentária, mas nada feminino. Há duas fivelas de ouro provavelmente usadas nas armaduras. Alguns punhos de espadas e pedaços de capacetes estão entre as peças encontradas de maior interesse. “A quantidade de ouro é excepcional, mas ainda mais importante, é a qualidade das peças.”, disse Kevin Leahy. “Tudo da melhor artesania que os anglo-saxões conhecidos por sua habilidade de trabalhar em metal produziam na época. E eram muito bons. Pequenas granadas foram lapidadas e colocadas em grandes grupos que davam um efeito de riqueza, com muito brilho. Todos os itens pertenceram à elite – aristocracia, realeza, mas não sabemos quem seus donos eram e porque essas peças foram enterradas. Parece uma coleção de troféus, mas é impossível saber se essas peças são o resultado de uma única pilhagem de guerra ou se o resultado de uma carreira militar de grande sucesso”. Só o estudo e a pesquisa desses materiais puderam dizer. Qualquer que seja a data, o fato é que esses artefatos vieram de uma época de grandes guerras. A Inglaterra estava bastante divida por motivos religiosos quando reinos com lealdades tribais lutavam entre si perpetuamente.
Mas todos concordam com a excelência do trabalho de filigrana encontrado em algumas peças, assim como na qualidade de desenhos ornamentais típicos dos anglo-saxões, como estranhos animais entrelaçados.
Pelo menos duas cruzes estão entre os itens encontrados. A maior está intacta, ainda que tenha sido dobrada, provavelmente para fazê-la caber num pequeno compartimento, antes de ser enterrada. A dobradura pode significar que ela foi enterrada por pagãos que não respeitavam os símbolos cristãos, ou também pode ter sido dobrada por cristãos que poderiam tê-la tirada do altar de alguma outra pessoa. O que se acredita, no entanto, dados o tamanho e a artesania singular, que este tesouro será importante o bastante para re-escrever a historia dos anglo-saxões no país.
As escavações no local já acabaram e todos os itens encontrados estavam em posse do Museu e Galeria de Arte de Birmingham. Os objetos mais importantes foram exibidos até o dia 13 de outubro de 2009 e então transferido para o Museu Britânico para avaliação.
Depois de avaliado o tesouro foi vendido, pelo valor de mercado e o valor arrecadado foi dividido igualmente entre Terry Herbert e o dono o terreno em que o tesouro foi achado. Eles concordaram em dividir os ganhos.
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