sábado, 26 de julho de 2014

Conheça a Joalheria Beduína

Em Jawan, Arábia Saudita, foi descoberta em março de 1952 pelo arqueólogo F.S.Vidal, uma tumba que esclareceu muito sobre a vida dos habitantes das regiões banhadas pelo Golfo Pérsico. Apesar de ter sido violada e roubada, provavelmente ainda na primeira década após sua construção, aproximadamente no século I DC, a tumba foi subseqüentemente usada como um ossuário por gerações. A escavação inicial encontrou 80 esqueletos na câmara central, assim como fragmentos de vidro e cerâmica, várias contas feitas de vidro e cornalina, assim como uma pequena espátula de bronze.
Foi somente após um completo exame da tumba central que o arqueólogo e sua equipe descobriram outras quatro tumbas, estas seladas e que proporcionaram um melhor entendimento da cultura Jawan. A mais emocionante descoberta foi o corpo de uma menina de seis anos: aparentemente morta em um ritual de sacrifício, foi enterrada com objetos do seu uso diário, incluindo jóias como um par de brincos em ouro e pérolas e um colar feito com contas em ouro, ametistas, granadas, ônix, cornalina e pérolas. O objeto mais precioso encontrado na tumba da menina foi, entretanto, uma pequena estátua de Vênus em alabastro, comum à cultura greco-helenística.
As contas em ouro encontradas nas pontas do colar, datado do século I aproximadamente, em forma de massa (redondas e com pontas em toda a sua superfície) possuem o mesmo design que contas encontradas em colares gregos datados do IV século AC.

Tais contas, identicamente reproduzidas, também aparecem na joalheria beduína em prata, usada em outras regiões da Península Arábica (península desértica na região do sudoeste asiático, localizada na junção com a África e que compreende países como Bahrein, Kuwait, Oman, Qatar, Arábia Saudita, Yemen, Jordânia e Emirados Árabes Unidos), provando assim as estreitas trocas comerciais existentes na Antiguidade nesta região.
Existem evidências que comprovam estas trocas comerciais. Há aproximadamente dois mil anos, quando o sudoeste asiático era chamado pelos romanos de Arabia Felix (Arábia Feliz), as grandes riquezas que passaram pelas suas rotas comerciais indubitavelmente incluíam jóias de outras regiões, entre elas a conta em forma de massa. Esta conta foi desenhada para ser usada nas pontas de um colar, de forma a segurar o fecho do mesmo.
Tradicionalmente, os colares beduínos contêm contas em prata e também outras multicoloridas; em ambos os casos em formas irregulares, outro eco das características das jóias antigas. O que suporta esta teoria é, naturalmente, o fato de que a Península Arábica, durante vários períodos da História, esteve relativamente isolada. Como resultado, antigos padrões de manufatura de jóias e designs têm sido repetidos e preservados por séculos. De certo modo, a joalheria beduína dos nossos dias é uma fascinante janela para um passado distante.


As jóias usadas pelas mulheres beduínas são sempre novas. Não existe a tradição, como no Ocidente, de herdar jóias de família, já que todas as jóias de uma mulher beduína são derretidas, após sua morte. Como são dadas como dote pela sua família, é inaceitável para o costume beduíno que elas sejam ofertadas a outra mulher. Além disso, em geral, as peças estão muito usadas e, às vezes, quebradas.
As jóias representam para a mulher beduína sua riqueza pessoal e, em tempos difíceis, são vendidas para serem derretidas por um ourives que confeccionará novas peças, mas sempre no mesmo estilo tradicional. Assim, existem padrões de design que continuam a ser usados e que remontam a 6 mil anos.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Lindíssimas jóias paquistanesas em trajes nupciais

Nupcial Com maquiagem e jóias pesadas formam uma parte muito importante do traje geral de noiva.Gostaria de compartilhar  algo que me encanta muitíssimo na cultura hindu/ paquistanesa que é exatamente os apetrechos e os detalhes das roupas de bride e shaadi que acompanha as noivas indianas e paquistanesas no dia, ou melhor, nos dias de seu casamento!
 O foco aqui é a imagem, muitos não sabem mas no Paquistão a data mais importante é realmente a data do Shadi, dia da grande festa em que a noiva se veste glamourosa cheia de brilhos pra finalmente acompanhar o noivo e deixar os pais pra viver uma nova vida. 
Aqui no Brasil temos a tradição de casar de branco, porém no Paquistão não existe esta regra. Lá se casa de vermelho, verde, vinho, azul turquesa enfim de cores fortes e quentes, menos preto .... Não se usa casar de preto porque eles acreditam que o preto é a cor do luto, que traz azar aos noivos. Então, tirando o preto qualquer cor é válida desde que seja bem brilhante e desde que a noiva esteja muito bem maquiada e lotada de jóias.
Maquiagem é um item muitas vezes surpreendentemente negligenciado quando planear a sua shadi dos sonhos. E vejam só essas maravilhosas jóias que essas lindíssimas mulheres estão usando! Amo demais tudo isso. (¸.•´(¸.•´*(.¸. •*●•*•❥










sexta-feira, 18 de julho de 2014

Conheça a história da joalheria Árabe

Os povos antigos da Península Arábica prosperaram como ponto de interseção das rotas de comércio do mundo, como mercadores de seus próprios recursos naturais – de início incenso e mirra - e como compradores de mercadorias de terras distantes. A Península, com o florescimento do comércio, tornou-se porta de entrada para o Oriente. As trocas comerciais passaram a envolver, tempos depois, especiarias, sedas, marfim e outras mercadorias preciosas com o Egito e os países que bordejavam o Mediterrâneo.




Com a prosperidade nesta região, veio o gosto por adornos caros e feitos de materiais preciosos. Não somente os ricos mercadores mas também as mulheres das tribos beduínas eram grandes consumidores de ornatos preciosos. Na tradição árabe, as jóias representam mais do que uma ornamentação corpórea. Para as mulheres beduínas, suas jóias simbolizam status sócio- econômico : quando uma mulher se casa, seu dote é parcialmente pago em jóias, as quais ficam sob sua vontade exclusiva, para guardar ou dispor como bem entender. Devido ao estilo de vida migrante das tribos beduínas, as jóias logo se tornaram uma forma segura de transportar riquezas. As jóias de uma mulher simbolizam seu status de mulher casada e mais tarde, o de mãe de família, já que o costume tribal é de se presentear a mãe a cada nascimento de um filho.
Na cultura árabe, as jóias têm sido consideradas como possuidoras de poderes mágicos. A turquesa, por exemplo, teria o poder de evitar o mau-olhado. Diz uma lenda popular que a turquesa teria a capacidade física de resplandecer quando quem a usa está feliz e de se tornar opaca quando a pessoa está triste. Outro mito popular seria o de que os pequenos sinos vistos tão freqüentemente em várias jóias árabes protegeriam, com o barulho que emitem ao serem movimentados, de espíritos ruins. Pelos costumes árabes, a cor de certas pedras também teria poderes especiais. Verde, azul e vermelho são consideradas cores protetoras. Por esta razão, a turquesa, a ágata, o coral e pastas de vidro coloridas nestas cores estão dentre os mais populares materiais utilizados em jóias antigas.
Motivos islâmicos permeiam o design das jóias árabes. Jóias em forma de amuletos, contendo minúsculos pedaços de papel com versos do Alcorão são comuns. O desenho de uma mão em colares sauditas tem sido usado como talismã por centenas de anos. O número 5 é o equivalente matemático à mão, assim como também representa os cinco mandamentos do Alcorão.


Ao contrário das mulheres, os homens árabes preferem ornar suas armas e camelos do que eles próprios. Tais ornamentos são considerados uma indicação visual da riqueza, do poder e do status de um homem. Na tradição islâmica, o Alcorão desencoraja a utilização de adornos em ouro pelos homens. Os modernos sauditas utilizam alianças de casamento em prata, para honrar o costumes descrito no livro sagrado.
As crianças árabes também utilizam jóias. Braceletes ou tornozeleiras feitos em prata , freqüentemente decorados com minúsculos sinos, são a escolha mais popular para presentear as crianças. Os som dos sinos, além da crença da proteção, providenciam também uma fonte de entretenimento para os pequenos.
Os artesãos árabes nunca se ressentiram da falta de materiais preciosos para trabalhar. O Mar Vermelho, que bordeja a costa ocidental da Arábia Saudita, tem sido uma fonte inesgotável de coral. Do rosa–escuro ao vermelho, assim como nas cores branca e preta, o coral tem sido utilizado durante séculos, não só como amuleto ou talismã, mas também como objeto decorativo. Na costa oriental, o Golfo Arábico oferece magníficas pérolas. Estes tesouros são usados freqüentemente para adornar jóias em ouro. Jazidas localizadas no sudoeste da Península também oferecem uma grande quantidade de gemas, particularmente as jazidas de turquesa de Makkah.





A prata tem sido a matéria–prima principal dos ourives beduínos e as minas no interior na Península provêm a maior parte da prata utilizada. A fragilidade da prata, facilmente corroída quando exposta ao ar e a temperaturas áridas, é a grande responsável pelo desaparecimento de uma grande quantidade de jóias antigas. Alguns historiadores reportam que quando uma mulher beduína morre, suas jóias são derretidas – parte por causa do fato de que são considerados propriedade pessoal – e atribuem a este fato à pouca quantidade de jóias em prata que chegou até nossos dias. São raros os exemplares de jóias com mais de 80 anos. O ouro, por outro lado, é um material muito mais resistente. Apesar do metal não ser o mais utilizado pelos artesão beduínos, a quantidade de jóias em ouro antigas que chegou até nossos dias é muito maior do que a de prata.
Várias técnicas e processos estão envolvidos na manufatura das jóias árabes. Para a junção de duas peças, a técnica da fusão é a mais usada. O embossing e o repoussésão técnicas decorativas empregadas.

   


A granulação também é utilizada, assim como a filigrana. Utilizando-se calor intenso e carbonato de cobre, o artesão produz os fios para a filigrana e as minúsculas esferas da granulação. A confecção de correntes é outra técnica para o trabalho em prata, metal ainda preferido pelos artesãos beduínos: as correntes são variadas no design e na ornamentação. Algumas correntes são feitas somente com elos interligados, outras são elaboradas combinações de elos e gemas, incluindo filigrana e granulação. As técnicas de lapidação dos tradicionais joalheiros beduínos são antigas, sendo as gemas em cabochon as que mais se destacam.


A joalheria beduína é significativa não somente pelas suas qualidades estéticas, mas também pelas influências históricas que sofreu: ao longo dos séculos, tem incorporado técnicas e estilos de diferentes civilizações, algumas já extintas. A combinação de eventos históricos trouxe à Península novas e significativas influências para a arte da joalheria. Segundo historiadores, isto pode ser atribuído ao cruzamento entre a migração e as trocas comerciais havidos na região. Com a expansão de antigas rotas comerciais, surgiram na região novos materiais para confecção de jóias, como o âmbar, e também novas técnicas de confecção, como a filigrana e a granulação, estas adquiridas da antiga civilização egípcia. Com o advento do Islamismo em 622 d.C., os peregrinos vindos da África e da Ásia para visitar as cidades santas contribuíram para o design conhecido como arabesco, que é a conjunção da caligrafia com o estilo decorativo islâmicos.
Atualmente, o design tradicional ainda permanece popular entre as mulheres da Península, mas a grande preferência é pelas jóias confeccionadas em ouro: penduradas nas lojinhas dos souqs, uma grande quantidade de jóias continua refletindo a rica herança de antigas civilizações.