sexta-feira, 18 de julho de 2014

Conheça a história da joalheria Árabe

Os povos antigos da Península Arábica prosperaram como ponto de interseção das rotas de comércio do mundo, como mercadores de seus próprios recursos naturais – de início incenso e mirra - e como compradores de mercadorias de terras distantes. A Península, com o florescimento do comércio, tornou-se porta de entrada para o Oriente. As trocas comerciais passaram a envolver, tempos depois, especiarias, sedas, marfim e outras mercadorias preciosas com o Egito e os países que bordejavam o Mediterrâneo.




Com a prosperidade nesta região, veio o gosto por adornos caros e feitos de materiais preciosos. Não somente os ricos mercadores mas também as mulheres das tribos beduínas eram grandes consumidores de ornatos preciosos. Na tradição árabe, as jóias representam mais do que uma ornamentação corpórea. Para as mulheres beduínas, suas jóias simbolizam status sócio- econômico : quando uma mulher se casa, seu dote é parcialmente pago em jóias, as quais ficam sob sua vontade exclusiva, para guardar ou dispor como bem entender. Devido ao estilo de vida migrante das tribos beduínas, as jóias logo se tornaram uma forma segura de transportar riquezas. As jóias de uma mulher simbolizam seu status de mulher casada e mais tarde, o de mãe de família, já que o costume tribal é de se presentear a mãe a cada nascimento de um filho.
Na cultura árabe, as jóias têm sido consideradas como possuidoras de poderes mágicos. A turquesa, por exemplo, teria o poder de evitar o mau-olhado. Diz uma lenda popular que a turquesa teria a capacidade física de resplandecer quando quem a usa está feliz e de se tornar opaca quando a pessoa está triste. Outro mito popular seria o de que os pequenos sinos vistos tão freqüentemente em várias jóias árabes protegeriam, com o barulho que emitem ao serem movimentados, de espíritos ruins. Pelos costumes árabes, a cor de certas pedras também teria poderes especiais. Verde, azul e vermelho são consideradas cores protetoras. Por esta razão, a turquesa, a ágata, o coral e pastas de vidro coloridas nestas cores estão dentre os mais populares materiais utilizados em jóias antigas.
Motivos islâmicos permeiam o design das jóias árabes. Jóias em forma de amuletos, contendo minúsculos pedaços de papel com versos do Alcorão são comuns. O desenho de uma mão em colares sauditas tem sido usado como talismã por centenas de anos. O número 5 é o equivalente matemático à mão, assim como também representa os cinco mandamentos do Alcorão.


Ao contrário das mulheres, os homens árabes preferem ornar suas armas e camelos do que eles próprios. Tais ornamentos são considerados uma indicação visual da riqueza, do poder e do status de um homem. Na tradição islâmica, o Alcorão desencoraja a utilização de adornos em ouro pelos homens. Os modernos sauditas utilizam alianças de casamento em prata, para honrar o costumes descrito no livro sagrado.
As crianças árabes também utilizam jóias. Braceletes ou tornozeleiras feitos em prata , freqüentemente decorados com minúsculos sinos, são a escolha mais popular para presentear as crianças. Os som dos sinos, além da crença da proteção, providenciam também uma fonte de entretenimento para os pequenos.
Os artesãos árabes nunca se ressentiram da falta de materiais preciosos para trabalhar. O Mar Vermelho, que bordeja a costa ocidental da Arábia Saudita, tem sido uma fonte inesgotável de coral. Do rosa–escuro ao vermelho, assim como nas cores branca e preta, o coral tem sido utilizado durante séculos, não só como amuleto ou talismã, mas também como objeto decorativo. Na costa oriental, o Golfo Arábico oferece magníficas pérolas. Estes tesouros são usados freqüentemente para adornar jóias em ouro. Jazidas localizadas no sudoeste da Península também oferecem uma grande quantidade de gemas, particularmente as jazidas de turquesa de Makkah.





A prata tem sido a matéria–prima principal dos ourives beduínos e as minas no interior na Península provêm a maior parte da prata utilizada. A fragilidade da prata, facilmente corroída quando exposta ao ar e a temperaturas áridas, é a grande responsável pelo desaparecimento de uma grande quantidade de jóias antigas. Alguns historiadores reportam que quando uma mulher beduína morre, suas jóias são derretidas – parte por causa do fato de que são considerados propriedade pessoal – e atribuem a este fato à pouca quantidade de jóias em prata que chegou até nossos dias. São raros os exemplares de jóias com mais de 80 anos. O ouro, por outro lado, é um material muito mais resistente. Apesar do metal não ser o mais utilizado pelos artesão beduínos, a quantidade de jóias em ouro antigas que chegou até nossos dias é muito maior do que a de prata.
Várias técnicas e processos estão envolvidos na manufatura das jóias árabes. Para a junção de duas peças, a técnica da fusão é a mais usada. O embossing e o repoussésão técnicas decorativas empregadas.

   


A granulação também é utilizada, assim como a filigrana. Utilizando-se calor intenso e carbonato de cobre, o artesão produz os fios para a filigrana e as minúsculas esferas da granulação. A confecção de correntes é outra técnica para o trabalho em prata, metal ainda preferido pelos artesãos beduínos: as correntes são variadas no design e na ornamentação. Algumas correntes são feitas somente com elos interligados, outras são elaboradas combinações de elos e gemas, incluindo filigrana e granulação. As técnicas de lapidação dos tradicionais joalheiros beduínos são antigas, sendo as gemas em cabochon as que mais se destacam.


A joalheria beduína é significativa não somente pelas suas qualidades estéticas, mas também pelas influências históricas que sofreu: ao longo dos séculos, tem incorporado técnicas e estilos de diferentes civilizações, algumas já extintas. A combinação de eventos históricos trouxe à Península novas e significativas influências para a arte da joalheria. Segundo historiadores, isto pode ser atribuído ao cruzamento entre a migração e as trocas comerciais havidos na região. Com a expansão de antigas rotas comerciais, surgiram na região novos materiais para confecção de jóias, como o âmbar, e também novas técnicas de confecção, como a filigrana e a granulação, estas adquiridas da antiga civilização egípcia. Com o advento do Islamismo em 622 d.C., os peregrinos vindos da África e da Ásia para visitar as cidades santas contribuíram para o design conhecido como arabesco, que é a conjunção da caligrafia com o estilo decorativo islâmicos.
Atualmente, o design tradicional ainda permanece popular entre as mulheres da Península, mas a grande preferência é pelas jóias confeccionadas em ouro: penduradas nas lojinhas dos souqs, uma grande quantidade de jóias continua refletindo a rica herança de antigas civilizações.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

As abelhas de ouro de Childerico I

O rei da dinastia merovíngia Childerico I (437 – 481) governou os francos sálicos de 457 até a sua morte, sucedendo ao pai, Merovech (ou Meroveu). Estabeleceu como sua capital a cidade de Tournai, cidade atualmente na Bélgica, em terras que recebeu dos romanos, então aliados.
Sua tumba foi descoberta em 1653 por um operário maçom que fazia reparos na igreja de São Brício, em Tournai. Numerosos objetos preciosos em ouro foram encontrados, incluindo uma espada ricamente ornamentada, braceletes, broches decorados com esmaltação cloisonné e granadas, moedas, uma cabeça de touro e um anel com a inscrição “CHILDERICI REGIS” (rei Childerico), o que possibilitou a identificação da tumba. Mas, de tudo, o mais interessante foi a descoberta de 300 abelhas ornamentais em ouro.
Primeiramente, o tesouro de Childerico I foi enviado para Viena, pelo então governador, o arquiduque Leopoldo Guilherme de Habsburgo. Com a morte de Leopoldo Guilherme, o tesouro tornou-se propriedade do imperador austríaco, Leopoldo I. Em 1665, o tesouro foi dado de presente ao rei francês, Luís XIV, que não se impressionou muito e o guardou na Biblioteca Real, atual Biblioteca Nacional da França.



Muitos anos depois, Napoleão Bonaparte, ao procurar alternativas à flor-de-lis, símbolo heráldico dos Bourbons retirados do trono com a Revolução Francesa, interessou-se pelas abelhas de ouro e fez delas símbolos do novo império francês. Ao ser sagrado imperador dos franceses em 02 de dezembro de 1804, tinha as abelhas bordadas no seu manto imperial.
Na madrugada de 06 de novembro de 1831, o tesouro de Childerico estava entre as muitas jóias roubadas da Biblioteca e posteriormente derretidas. Foram encontrados 80 quilos, aproximadamente, das peças roubadas, escondidas às margens do rio Sena, incluindo duas abelhas intactas.
Apesar do roubo e de várias peças derretidas, ainda hoje podemos ter uma idéia de como era o tesouro de Childerico I: antes de presentear Luís XIV, o imperador Leopoldo I mandou fazer cópias de todos os objetos e vários deles encontram-se hoje no museu de Innsbruck, Áustria.
ao exumarem o túmulo de Childerico I os arqueólogos acharam enterradas com ele 300 abelhas de ouro maciço. Estava bem… abelha. E, tem graça… em 1804, Napoleão é coroado imperador. No acto da coroação ostenta, pregadas às vestes, uma quantidade de abelhas de ouro.


Por falar em Napoleão, diga-se que Napoleão estava atento à dinastia merovíngia, tanto assim que (está bem, abelha…) Napoleão teve o cuidado de mandar compilar genealogias a fim de saber se a linhagem havia ou não sobrevivido à queda da dinastia.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DAS JÓIAS DURANTE A IDADE MÉDIA

São variados os aspectos econômicos e sociais que influenciaram o uso das jóias durante o período medieval. A grande maioria dos materiais utilizados na confecção das jóias tinha um alto e variável preço, que dependia da disponibilidade do material, da demanda do mercado e da moda ou estilo vigente. Como regra geral, quanto maior o tamanho da gema, maior o seu preço.
A safira, gema preferida entre todas as outras até o final do século XIII, mais tarde cedeu mercado para o rubi, não só em preferência mas também em preço. No século XIV, o diamante tornou-se a gema mais cara e valiosa em praticamente toda a Europa, menos em Portugal e na Espanha, onde a esmeralda ocupava o topo doranking em preço e preferência. As pérolas circulavam em enormes quantidades e eram vendidas, em geral, pelo peso. O maior mercado europeu para as pérolas importadas do Oriente era Veneza, que também reunia o maior número de fundições da Europa do século XIII.

Mercado veneziano de jóias

A grande maioria dos clientes do mercado de jóias e gemas medieval era formada por reis, príncipes, nobres, membros do alto clero católico, e ricos comerciantes. Mercadores e a grande maioria dos comerciantes possuíam relativamente poucas jóias e as gemas eram utilizadas como reserva financeira: mesmo as gemas ou jóias que porventura quebrassem eram guardadas com cuidado, porque valiam como lastro. Já os reis, nobres e membros do clero utilizavam as jóias como adorno pessoal, como demonstração de munificência, para presentear e para validar acordos comerciais ou políticos.
Geralmente, as gemas eram oferecidas como presentes em casamentos, na passagem do Ano Novo e em algumas outras ocasiões importantes, algumas já destacadas acima.
No século XIV a importância das gemas valiosas era tão significativa, que algumas recebiam nomes próprios: Jean, Duque de Berry (1340-1416), possuía o "Grande Balas de Veneza" (comprado de Valentina Visconti em 1407), o "Balas de Orange" (comprado em 1408 de dois mercadores franceses), o "Balas de David", o "Rubi de Gloucester", o "Rubi de Apulia", o "Rubi da Montanha" (comprado em 1405), o "Rubi de Berry" (comprado em 1408) e o "Rei dos Rubis" (comprado para presentear seu sobrinho João Sem Medo, Duque da Burgúndia), entre várias outras gemas de imenso valor. Sendo uma prática comum entre famílias nobres principalmente, a oferta como presente ou em forma de dote tornava algumas gemas e jóias não só muito apreciadas por sua beleza ou valor mas também por suas associações familiares ou de Estado.



A aquisição e a posse de gemas preciosas eram assunto de grande interesse e satisfação dos nobres medievais, assim como os provia com um tesouro que podia ser utilizado para aumentar ainda mais a magnificência de suas roupas, jóias e baixelas. Algumas vezes, jóias individuais ou coleções de jóias eram vendidas por seus nobres possuidores para outros grandes personagens. Uma troca de jóias entre cortes distantes era um procedimento comum entre governantes. Em muitas ocasiões, frequentes durante o período medieval, jóias que tinham sido possuídas por nobres, homens e mulheres, eram deixadas em testamento para a Igreja e acabavam como parte do tesouro eclesiástico ou como parte da decoração de uma capela ou igreja. Era um procedimento muito comum oferecer-se jóias como pias doações a igrejas e santuários .
A oferta de jóias como presente a uma noiva quando do seu noivado, e depois quando da ocasião do seu casamento, era um conhecido costume social praticado por todas as classes sociais da Europa ocidental medieval. Em vários países era esperado que a família da noiva ou o noivo a presenteasse com ornamentos decorados com jóias em honra do seu novo status social de mulher casada. O noivo também oferecia a sua pretendente alguma jóia de significado sentimental especial, em geral um anel ou um broche.
Entre as classes mais abastadas, não existia nenhuma situação social em que dois amantes secretos pudessem presentear um ao outro com jóias livremente, ou mesmo usá-las abertamente (se recebidas em segredo como presente, o que acontecia com freqüência). No código da cavalaria cortês, o amante tinha o dever e a conseqüente necessidade de esconder sua afeição sob linguagem e símbolos enigmáticos, para não expor sua dama ao escândalo e à desonra. No século XIV, surge a solução para o problema: o cavaleiro escondia através de uma imagem - uma flor ou pássaro – o objeto do seu culto, enquanto imaginava , através das atitudes de sua amada, se o objeto oferecido era recebido e usado, ou rejeitado. Estas atitudes significavam que a dama (em geral, casada ou seriamente comprometida) aceitava, ou não, a afeição do seu admirador.
Os nobres ou assemelhados, durante praticamente todo o período medieval e em praticamente toda a Europa, podiam receber jóias de presente por participação ou vitória em torneios, assim como por sua iniciação no mundo da cavalaria galante.
Sobre o uso diário de jóias pelas classes mais elevadas da sociedade medieval ainda não se sabe o bastante, mas eram usadas em festins, festivais e festividades - casamentos, banquetes, danças, torneios e eventos religiosos – onde se celebrava tanto o esplendor secular quanto a pia devoção. Raríssimas foram as ocasiões em que reis, rainhas, nobres e cavaleiros apareceram em público sem estarem ornados por jóias que simbolizassem o seu status elevado na sociedade assim como a sua riqueza.
Nos círculos mais baixos da sociedade medieval o uso de jóias dividia-se em duas categorias: peças baratas para serem usadas diariamente e as chamadas "jóias de festa", para serem usadas em grandes ocasiões. Os casamentos sem dúvida eram considerados como um grande momento para se portar o que se tinha de melhor.
Na Idade Média não existia, basicamente, a distinção entre os sexos na utilização de jóias: ambos homens e mulheres portavam colares, anéis, broches, cintos ornados e diademas. A grande variedade e maior suntuosidade das jóias femininas dá-se, em parte, pela grande variedade de jóias para ornamentarem a cabeça e/ou os cabelos, assim como outros valiosos adereços para as vestimentas, e parte devido aos diferentes papéis vividos por homens e mulheres na sociedade medieval. Os homens utilizavam as jóias para os dias festivos e as mulheres, sempre que deixavam o lar, as portavam com suntuosidade. Provavelmente por isso é que a maior parte da legislação medieval que tratava da fabricação, comercialização e do uso das jóias, neste último aspecto tenha se dirigido mais às mulheres.
Existia, no entanto, mesmo nas questões teórico-legais sobre a utilização de jóias, diferenças de opinião sobre qual dos dois sexos deveria portar jóias mais ricamente: uns achavam que devia ser o homem, já que exercia um poder na sociedade muito maior que a mulher, com algumas restrições para a utilização exagerada de jóias; outros achavam que devia ser a mulher : "...está mais de acordo que seja a mulher a prender o homem a ela, pela utilização de seus adornos e atavios, do que o contrário...", escreveu Konrad von Megenburg (1309-74). Precauções, porém, como já escrevemos, deviam existir para evitar-se o excesso de jóias pela mulher: sermões e escritos religiosos sobre a vaidade e a ostentação eram constantes.


Desde praticamente o início do período medieval existem registros de jóias feitas especialmente para as crianças.
Famílias nobres e também burguesas adornavam seus filhos com broches e cintos decorados. As jóias infantis eram semelhantes, em estilo, às jóias usadas pelos adultos, mas em tamanho menor e feitas em materiais mais baratos. Na Itália do século XIV, era costume presentear-se os recém-nascidos com cruzes ou peças em coral para serem usadas ao pescoço, como proteção. Em pinturas do Quattrocento italiano podemos admirar o Menino Jesus em várias representações do tema A Virgem e o Menino usando peças em coral ao redor do pescoço. Algumas vezes, o exagero com que os pais adornavam suas crianças era tão grande, que suscitava sermões como o de São Bernardino à população de Siena: "Quando eu penso nas suas crianças, quanto ouro, quanta prata, quantas pérolas, quantos bordados vocês os fazem usar!".
A paixão medieval por jóias era tamanha que, apesar dos votos de pobreza, eram necessárias regras e normas para impedirem monges e freiras de as portarem. Em 1227, o sínodo de Trier proibiu as freiras de portarem qualquer tipo de jóias em prata ou ouro e ainda, cintos em seda e vestes bordadas. O estatuto do Hôtel-Dieu de Troyes de 1263 proibia as freiras daquela instituição de se ornarem com pedras preciosas, a não ser quando doentes – acreditava-se nos poderes curativos de algumas gemas. Mas as freiras de nascimento nobre tinham o privilégio de não só usarem jóias, como de as receber como presentes. Muitos do alto clero da Igreja davam a eles mesmos, licenças especiais para usarem jóias, e os membros menos poderosos seguiam o exemplo. Na arquidiocese de Milão, o uso de jóias e vestes adornadas com pedras preciosas era tão excessivo que em 1215 foi publicado um edito proibindo a utilização de jóias e vestes decoradas. As únicas exceções eram os anéis. Bispos e arcebispos os usavam como insígnia de sua posição e também os colecionavam, para servirem de lastro ou para serem ofertados como presentes.
As leis seculares expressavam a importância das jóias como símbolos de posição social. Ricos cidadãos e suas esposas eram freqüentemente proibidos de usarem jóias em ouro ou com pedras preciosas, privilégio da nobreza e do clero. Uma lei real francesa de 1283 ordenava que " Nenhum burguês ou burguesa portará jóias em ouro, adornadas com pedras preciosas ou pérolas, cintos em ouro ou diademas em ouro ou prata". Não foi somente o ciúme dos nobres em relação aos novos-ricos burgueses que causou o surgimento deste tipo de lei: da segunda metade do século XIII em diante, até em comunidades mercantis foram promulgadas leis para restringir a extravagância das vestimentas e das jóias usadas pelas mulheres, não só para assegurar a estabilidade das fortunas mas também para balancear as camadas da sociedade existente.