O Coração do Oceano, The Heart of the Ocean, Le Coeur de La Mer, é o nome do mundialmente famoso colar oferecido à personagem Rose DeWitt Bukater - Kate Winslet - no grande sucesso Titanic; é seguro dizer que hoje esta magnífica peça da joalheria é uma das mais famosas jóias do cinema mundial. O Diamante "Coração do Oceano", diamante histórico, como é citado no filme, jamais existiu. O famoso diamante usado por Rose na cena onde é desenhada nua pelo parceiro Jack é um diamante fictício, foi uma criação exclusiva para Titanic de 1997, inserida no roteiro como chave central responsável pelo início da trama, existe apenas no enredo do filme. A jóia foi feita pelos joalheiros Asprey e Garrard, de Londres, através de uma zircônia cúbica azul afixada a uma armação de ouro branco, cujo valor era de US$ 10.000 e encontra-se hoje no acervo da FOX. Para a Cerimônia do Oscar foi encomendada também à Asprey e Garrard, uma cópia do colar; a qual foi usada por Celine Dion. Na noite de gala do Oscar de 23 de Março de 1998, ela cantou "My Heart Will Go On" usando a jóia, que foi avaliada em 3,5 milhões, num dos momentos mais quentes da execução da música, Celine Dion faz um gesto brusco, enrosca a mão no colar e o faz saltar no pescoço. Esta peça foi feita com uma safira do Ceilão engastada em platina e rodeada por 65 diamantes reais. A jóia não aparece no filme, foi usada apenas na noite do Oscar. Mais tarde, foi vendida num leilão de beneficência para o "Diana, Princess of Wales Memorial Fund e Southern California's Aid For AIDS" por $ 2,2 milhões. Hoje a jóia pertence à filha de um rico cliente da marca Asprey. Ao mesmo tempo, o joalheiro Harry Winston usou um diamante de 15 quilates ( 3,0 g.) para produzir sua interpretação do colar "Coração do Oceano". Este colar, que é uma adaptação livre, avaliado em 20 milhões de dólares, fora então usado por Gloria Stuart também na noite que premiou o filme Titanic com 11 estatuetas do Oscar.
Recentemente um joalheiro americano disponibilizou reproduções do Coração do Oceano de ótima qualidade, feitas artesanalmente com cristais swarovski. Haviam duas opções: uma em tamanho real ( mais cara ) e uma em tamanho ligeiramente reduzida ( mais barata ). O valor de venda girava entre US$ 1500 - 2500 dólares e os exemplares "evaporaram-se" rapidamente. Até hoje são as reproduções mais belas e tecnicamente perfeitas.
Mas, para quem não pode gastar uma grande quantia, ainda há no mercado, bonitas reproduções do Coração do Oceano muito populares, facilmente encontradas e vendidas a baixo preço.
Apesar de fictícia, a jóia fora baseada no diamante Hope que é um real diamante azul de altíssimo valor - avaliado entre $ 200 e 250 milhões - cuja história ultrapassa 300 anos e carrega uma lenda de maldições que diz que esta jóia trouxe muito azar aos vários proprietários ao longo dos anos.
O primeiro registo histórico do diamante Hope surge por volta de 1660, quando o mercador francês Jean-Baptiste Tavernier o adquiriu durante as suas viagens na Índia. A pedra tinha então cerca de 112 quilates e estava lapidada em forma de triângulo. O diamante é originário da mina de Kollur e, de acordo com a lenda, foi roubado de um templo hindu dedicado à deusa Sita, onde estava encastrado numa estátua, representando um dos olhos da divindade. Em 1668, Tavernier vendeu o diamante ao rei Luís XIV de França. A pedra foi entregue ao joalheiro da corte, Sieur Pitau, que a cortou e lapidou de acordo com o gosto da corte francesa.
O diamante passou a pesar cerca de 67 quilates e ficou conhecido como o Diamante Azul da Coroa. Luís XIV costumava usá-lo ao pescoço em ocasiões solenes, suspenso numa fita e encastrado em ouro. O seu bisneto, Luís XV, readaptou a pedra para fazer parte do seu pendente da Ordem do Tosão de Ouro. Mais tarde, Luís XVI ofereceu a pedra a Maria Antonieta, por ocasião do seu casamento. Durante a Revolução Francesa, já com o rei e a rainha na prisão, as jóias da coroa desapareceram num roubo efetuado a 11 de Setembro de 1792. O diamante azul desapareceu também, e o seu paradeiro é incerto nos anos seguintes. Em 1812, o diamante reaparece na posse de Daniel Eliason, um mercador de jóias londrino. A identidade da pedra foi disputada até se confirmar, em 2005, que era de facto o diamante azul francês, desaparecido durante a revolução. Apesar de se supôr habitualmente que a pedra foi adquirida pelo rei Jorge IV do Reino Unido, não há registros da compra nos arquivos da contabilidade real. O dono seguinte do diamante foi Henry Philip Hope, que o adquiriu em 1824 para a sua coleção de pedras preciosas. A partir desta data, a pedra passa a ser conhecida como diamante Hope.
O diamante foi adaptado como um pregador, usado pela cunhada de Hope em ocasiões sociais. Após a morte de Henry Philip em 1839, os seus sobrinhos lutaram pela herança em tribunal durante dez anos, até a coleção de gemas ser por fim concedida a Henry Hope. O diamante passava a maior parte do tempo guardado num cofre, mas foi exibido na Great Exhibition de Londres (1851) e na Exposição Universal de Paris (1855). O diamante Hope permaneceu na posse da família até 1901, quando foi vendido a um joalheiro londrino por 29,000 libras, para pagar as dívidas de Francis Hope. Após várias mudanças de dono e cortes, que incluíram Pierre Cartier e a socialite Evalyn MacLean (que por vezes o pregava à coleira dos seus cães), o diamante Hope foi adquirido por Harry Winston em 1949, por uma soma desconhecida. Winston incluiu o diamante numa coleção de outras pedras preciosas famosas que exibia para fins de caridade. Em 1958, Harry Winston doou o diamante ao Instituto Smithsonian onde permanece até hoje exposto. A lenda da maldição do diamante Hope nasceu no início do século XX e foi criada por May Yohe, uma atriz dos Estados Unidos que fora casada com Lorde Francis Hope e que fugira para a Austrália com o amante. A vida não lhe correu bem e, de regresso aos Estados Unidos, procurou vender a história da maldição a produtores de cinema de Hollywood. A história do diamante transformou-se num filme, que incluía diversas liberdades criativas como a atribuição da morte de Marat à maldição e, possivelmente, à origem da lenda do roubo do templo Hindu. Desde então, diversos infortúnios têm sido atribuídos ao diamante, como o destino de Luís XVI e Maria Antonieta (que acabaram guilhotinados na Revolução Francesa), a suposta morte de Tavernier devorado por lobos (que de facto morreu de causas naturais), a loucura de Jorge IV ou a morte de Catarina, a Grande (que nunca possuíram o diamante).
Veja o filme abaixo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qagvme0M7TE