sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Jóias lindíssimas e valiosas exibidas no Festival de Cannes

O Festival de Cannes é sempre uma festa para quem gosta de cinema… E de joias! Como já é de praxe, as celebridades que desfilaram pelo tapete vermelho exibindo peças deslumbrantes, que impressionam pelos quilates e a exuberância do design.
A elegância foi o ponto-chave entre as estrelas, assim como as joias de gemas coloridas. Mostrando que as esmeraldas continuam entre as preferidas das poderosas, Lea Seydoux roubou a cena com um maravilhoso par de brincos de diamantes e esmeraldas. Julianne Moore também optou por brincos de esmeraldas, cercados por safiras rosa e rubis.
Já Cate Blanchett realçou seu vestido de lantejoulas, assinado por Givenchy, com um anel de turmalina Paraíba e brincos de safira. Outra famosa que chamou a atenção com suas joias foi Naomi Watts, que ousou com um colar com uma serpente repleta de diamantes, usado de trás.


Estão acontecendo o Festival de Cannes 2013 e além dos filmes que serão exibidos durante o Festival de Cannes de 2013 também os looks das famosas que circularam no tapete vermelho do Festival.
O que chamou a atenção, além das roupas são as joias e demais acessórios. Algumas famosas capricharam, outras foram mais discretas nos acessórios. A top Cara Delevigne apostou do pretinho, mas dom joias poder Chopard.


Abaixo estão algumas jóias que foram exibidas no festival:












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quinta-feira, 31 de julho de 2014

As Jóia no Vestuário Renascentista Italiano

Durante o Renascimento (séculos XV e XVI) -que na Itália começou mais cedo, em fins do século XIV-, gemas como as pérolas e os diamantes eram muito apreciadas, tanto na composição de joias como para adorno de roupas, cabelos, chapéus e, até mesmo, calçados.
Com a conquista das Américas, foram descobertas novas jazidas de pérolas, principalmente na América Central, que passaram a abastecer a Europa, importadora até então das pérolas da Índia, Ceilão (atual Sri-Lanka) e do Golfo Pérsico. As principais jazidas de diamantes ainda eram situadas na Índia.
Acompanhante obrigatória das toilettes da nobreza e da alta burguesia, as pérolas eram tão abundantes na decoração de vestimentas que, em toda a Europa, vários éditos- chamados Éditos Suntuários, tentaram normatizar - dentre outros aspectos abrangidos - sem sucesso, o uso das gemas no vestuário tanto feminino quanto masculino.


Em várias ocasiões, a toilette de uma dama nobre ou da alta burguesia era composta por joias usadas junto com vestidos luxuosamente decorados com pérolas, diamantes, rubis, esmeraldas, safiras e ouro, como podemos verificar no quadro de Paolo Caliari, dito Veronese (1528-88), intitulado “A Bela Nani” e pintado por volta de 1560.
No retrato da bela dama veneziana, os cabelos estão entrelaçados com pérolas, colar de uma só volta também de pérolas sem nenhum detalhe de outra gema ou metal à mostra, três anéis (um deles, possívelmente, uma aliança) nos dedos de ambas as mãos e um bracelete em cada punho, cujo design emoldura diamantes (o diamante era retratado à época na cor escura, já que a lapidação conhecida e utilizada para esta gema refletia muito pouco a luz) e rubis.
Já no vestido composto principalmente por tecidos como veludo de seda, seda brocada e rendas, podemos notar luxuosos componentes decorativos representantes da arte da joalheria renascentista italiana: uma corrente de ouro dupla presa por broches em ouro com diamantes no corpete; dois grandes broches em ouro, pérolas e diamantes adornam os ombros e mantêm preso o véu que compõe o traje; e uma grande máscara feminina de estilo greco-romano e com design característico do período (encontrado também em outras joias, assim como em elementos decorativos arquitetônicos e de mobiliário), decorada com diamantes e rubis e tendo como pendente uma grande pérola, arrematando um collier ceinture em ouro e diamantes.

sábado, 26 de julho de 2014

Conheça a Joalheria Beduína

Em Jawan, Arábia Saudita, foi descoberta em março de 1952 pelo arqueólogo F.S.Vidal, uma tumba que esclareceu muito sobre a vida dos habitantes das regiões banhadas pelo Golfo Pérsico. Apesar de ter sido violada e roubada, provavelmente ainda na primeira década após sua construção, aproximadamente no século I DC, a tumba foi subseqüentemente usada como um ossuário por gerações. A escavação inicial encontrou 80 esqueletos na câmara central, assim como fragmentos de vidro e cerâmica, várias contas feitas de vidro e cornalina, assim como uma pequena espátula de bronze.
Foi somente após um completo exame da tumba central que o arqueólogo e sua equipe descobriram outras quatro tumbas, estas seladas e que proporcionaram um melhor entendimento da cultura Jawan. A mais emocionante descoberta foi o corpo de uma menina de seis anos: aparentemente morta em um ritual de sacrifício, foi enterrada com objetos do seu uso diário, incluindo jóias como um par de brincos em ouro e pérolas e um colar feito com contas em ouro, ametistas, granadas, ônix, cornalina e pérolas. O objeto mais precioso encontrado na tumba da menina foi, entretanto, uma pequena estátua de Vênus em alabastro, comum à cultura greco-helenística.
As contas em ouro encontradas nas pontas do colar, datado do século I aproximadamente, em forma de massa (redondas e com pontas em toda a sua superfície) possuem o mesmo design que contas encontradas em colares gregos datados do IV século AC.

Tais contas, identicamente reproduzidas, também aparecem na joalheria beduína em prata, usada em outras regiões da Península Arábica (península desértica na região do sudoeste asiático, localizada na junção com a África e que compreende países como Bahrein, Kuwait, Oman, Qatar, Arábia Saudita, Yemen, Jordânia e Emirados Árabes Unidos), provando assim as estreitas trocas comerciais existentes na Antiguidade nesta região.
Existem evidências que comprovam estas trocas comerciais. Há aproximadamente dois mil anos, quando o sudoeste asiático era chamado pelos romanos de Arabia Felix (Arábia Feliz), as grandes riquezas que passaram pelas suas rotas comerciais indubitavelmente incluíam jóias de outras regiões, entre elas a conta em forma de massa. Esta conta foi desenhada para ser usada nas pontas de um colar, de forma a segurar o fecho do mesmo.
Tradicionalmente, os colares beduínos contêm contas em prata e também outras multicoloridas; em ambos os casos em formas irregulares, outro eco das características das jóias antigas. O que suporta esta teoria é, naturalmente, o fato de que a Península Arábica, durante vários períodos da História, esteve relativamente isolada. Como resultado, antigos padrões de manufatura de jóias e designs têm sido repetidos e preservados por séculos. De certo modo, a joalheria beduína dos nossos dias é uma fascinante janela para um passado distante.


As jóias usadas pelas mulheres beduínas são sempre novas. Não existe a tradição, como no Ocidente, de herdar jóias de família, já que todas as jóias de uma mulher beduína são derretidas, após sua morte. Como são dadas como dote pela sua família, é inaceitável para o costume beduíno que elas sejam ofertadas a outra mulher. Além disso, em geral, as peças estão muito usadas e, às vezes, quebradas.
As jóias representam para a mulher beduína sua riqueza pessoal e, em tempos difíceis, são vendidas para serem derretidas por um ourives que confeccionará novas peças, mas sempre no mesmo estilo tradicional. Assim, existem padrões de design que continuam a ser usados e que remontam a 6 mil anos.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Lindíssimas jóias paquistanesas em trajes nupciais

Nupcial Com maquiagem e jóias pesadas formam uma parte muito importante do traje geral de noiva.Gostaria de compartilhar  algo que me encanta muitíssimo na cultura hindu/ paquistanesa que é exatamente os apetrechos e os detalhes das roupas de bride e shaadi que acompanha as noivas indianas e paquistanesas no dia, ou melhor, nos dias de seu casamento!
 O foco aqui é a imagem, muitos não sabem mas no Paquistão a data mais importante é realmente a data do Shadi, dia da grande festa em que a noiva se veste glamourosa cheia de brilhos pra finalmente acompanhar o noivo e deixar os pais pra viver uma nova vida. 
Aqui no Brasil temos a tradição de casar de branco, porém no Paquistão não existe esta regra. Lá se casa de vermelho, verde, vinho, azul turquesa enfim de cores fortes e quentes, menos preto .... Não se usa casar de preto porque eles acreditam que o preto é a cor do luto, que traz azar aos noivos. Então, tirando o preto qualquer cor é válida desde que seja bem brilhante e desde que a noiva esteja muito bem maquiada e lotada de jóias.
Maquiagem é um item muitas vezes surpreendentemente negligenciado quando planear a sua shadi dos sonhos. E vejam só essas maravilhosas jóias que essas lindíssimas mulheres estão usando! Amo demais tudo isso. (¸.•´(¸.•´*(.¸. •*●•*•❥










sexta-feira, 18 de julho de 2014

Conheça a história da joalheria Árabe

Os povos antigos da Península Arábica prosperaram como ponto de interseção das rotas de comércio do mundo, como mercadores de seus próprios recursos naturais – de início incenso e mirra - e como compradores de mercadorias de terras distantes. A Península, com o florescimento do comércio, tornou-se porta de entrada para o Oriente. As trocas comerciais passaram a envolver, tempos depois, especiarias, sedas, marfim e outras mercadorias preciosas com o Egito e os países que bordejavam o Mediterrâneo.




Com a prosperidade nesta região, veio o gosto por adornos caros e feitos de materiais preciosos. Não somente os ricos mercadores mas também as mulheres das tribos beduínas eram grandes consumidores de ornatos preciosos. Na tradição árabe, as jóias representam mais do que uma ornamentação corpórea. Para as mulheres beduínas, suas jóias simbolizam status sócio- econômico : quando uma mulher se casa, seu dote é parcialmente pago em jóias, as quais ficam sob sua vontade exclusiva, para guardar ou dispor como bem entender. Devido ao estilo de vida migrante das tribos beduínas, as jóias logo se tornaram uma forma segura de transportar riquezas. As jóias de uma mulher simbolizam seu status de mulher casada e mais tarde, o de mãe de família, já que o costume tribal é de se presentear a mãe a cada nascimento de um filho.
Na cultura árabe, as jóias têm sido consideradas como possuidoras de poderes mágicos. A turquesa, por exemplo, teria o poder de evitar o mau-olhado. Diz uma lenda popular que a turquesa teria a capacidade física de resplandecer quando quem a usa está feliz e de se tornar opaca quando a pessoa está triste. Outro mito popular seria o de que os pequenos sinos vistos tão freqüentemente em várias jóias árabes protegeriam, com o barulho que emitem ao serem movimentados, de espíritos ruins. Pelos costumes árabes, a cor de certas pedras também teria poderes especiais. Verde, azul e vermelho são consideradas cores protetoras. Por esta razão, a turquesa, a ágata, o coral e pastas de vidro coloridas nestas cores estão dentre os mais populares materiais utilizados em jóias antigas.
Motivos islâmicos permeiam o design das jóias árabes. Jóias em forma de amuletos, contendo minúsculos pedaços de papel com versos do Alcorão são comuns. O desenho de uma mão em colares sauditas tem sido usado como talismã por centenas de anos. O número 5 é o equivalente matemático à mão, assim como também representa os cinco mandamentos do Alcorão.


Ao contrário das mulheres, os homens árabes preferem ornar suas armas e camelos do que eles próprios. Tais ornamentos são considerados uma indicação visual da riqueza, do poder e do status de um homem. Na tradição islâmica, o Alcorão desencoraja a utilização de adornos em ouro pelos homens. Os modernos sauditas utilizam alianças de casamento em prata, para honrar o costumes descrito no livro sagrado.
As crianças árabes também utilizam jóias. Braceletes ou tornozeleiras feitos em prata , freqüentemente decorados com minúsculos sinos, são a escolha mais popular para presentear as crianças. Os som dos sinos, além da crença da proteção, providenciam também uma fonte de entretenimento para os pequenos.
Os artesãos árabes nunca se ressentiram da falta de materiais preciosos para trabalhar. O Mar Vermelho, que bordeja a costa ocidental da Arábia Saudita, tem sido uma fonte inesgotável de coral. Do rosa–escuro ao vermelho, assim como nas cores branca e preta, o coral tem sido utilizado durante séculos, não só como amuleto ou talismã, mas também como objeto decorativo. Na costa oriental, o Golfo Arábico oferece magníficas pérolas. Estes tesouros são usados freqüentemente para adornar jóias em ouro. Jazidas localizadas no sudoeste da Península também oferecem uma grande quantidade de gemas, particularmente as jazidas de turquesa de Makkah.





A prata tem sido a matéria–prima principal dos ourives beduínos e as minas no interior na Península provêm a maior parte da prata utilizada. A fragilidade da prata, facilmente corroída quando exposta ao ar e a temperaturas áridas, é a grande responsável pelo desaparecimento de uma grande quantidade de jóias antigas. Alguns historiadores reportam que quando uma mulher beduína morre, suas jóias são derretidas – parte por causa do fato de que são considerados propriedade pessoal – e atribuem a este fato à pouca quantidade de jóias em prata que chegou até nossos dias. São raros os exemplares de jóias com mais de 80 anos. O ouro, por outro lado, é um material muito mais resistente. Apesar do metal não ser o mais utilizado pelos artesão beduínos, a quantidade de jóias em ouro antigas que chegou até nossos dias é muito maior do que a de prata.
Várias técnicas e processos estão envolvidos na manufatura das jóias árabes. Para a junção de duas peças, a técnica da fusão é a mais usada. O embossing e o repoussésão técnicas decorativas empregadas.

   


A granulação também é utilizada, assim como a filigrana. Utilizando-se calor intenso e carbonato de cobre, o artesão produz os fios para a filigrana e as minúsculas esferas da granulação. A confecção de correntes é outra técnica para o trabalho em prata, metal ainda preferido pelos artesãos beduínos: as correntes são variadas no design e na ornamentação. Algumas correntes são feitas somente com elos interligados, outras são elaboradas combinações de elos e gemas, incluindo filigrana e granulação. As técnicas de lapidação dos tradicionais joalheiros beduínos são antigas, sendo as gemas em cabochon as que mais se destacam.


A joalheria beduína é significativa não somente pelas suas qualidades estéticas, mas também pelas influências históricas que sofreu: ao longo dos séculos, tem incorporado técnicas e estilos de diferentes civilizações, algumas já extintas. A combinação de eventos históricos trouxe à Península novas e significativas influências para a arte da joalheria. Segundo historiadores, isto pode ser atribuído ao cruzamento entre a migração e as trocas comerciais havidos na região. Com a expansão de antigas rotas comerciais, surgiram na região novos materiais para confecção de jóias, como o âmbar, e também novas técnicas de confecção, como a filigrana e a granulação, estas adquiridas da antiga civilização egípcia. Com o advento do Islamismo em 622 d.C., os peregrinos vindos da África e da Ásia para visitar as cidades santas contribuíram para o design conhecido como arabesco, que é a conjunção da caligrafia com o estilo decorativo islâmicos.
Atualmente, o design tradicional ainda permanece popular entre as mulheres da Península, mas a grande preferência é pelas jóias confeccionadas em ouro: penduradas nas lojinhas dos souqs, uma grande quantidade de jóias continua refletindo a rica herança de antigas civilizações.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

As abelhas de ouro de Childerico I

O rei da dinastia merovíngia Childerico I (437 – 481) governou os francos sálicos de 457 até a sua morte, sucedendo ao pai, Merovech (ou Meroveu). Estabeleceu como sua capital a cidade de Tournai, cidade atualmente na Bélgica, em terras que recebeu dos romanos, então aliados.
Sua tumba foi descoberta em 1653 por um operário maçom que fazia reparos na igreja de São Brício, em Tournai. Numerosos objetos preciosos em ouro foram encontrados, incluindo uma espada ricamente ornamentada, braceletes, broches decorados com esmaltação cloisonné e granadas, moedas, uma cabeça de touro e um anel com a inscrição “CHILDERICI REGIS” (rei Childerico), o que possibilitou a identificação da tumba. Mas, de tudo, o mais interessante foi a descoberta de 300 abelhas ornamentais em ouro.
Primeiramente, o tesouro de Childerico I foi enviado para Viena, pelo então governador, o arquiduque Leopoldo Guilherme de Habsburgo. Com a morte de Leopoldo Guilherme, o tesouro tornou-se propriedade do imperador austríaco, Leopoldo I. Em 1665, o tesouro foi dado de presente ao rei francês, Luís XIV, que não se impressionou muito e o guardou na Biblioteca Real, atual Biblioteca Nacional da França.



Muitos anos depois, Napoleão Bonaparte, ao procurar alternativas à flor-de-lis, símbolo heráldico dos Bourbons retirados do trono com a Revolução Francesa, interessou-se pelas abelhas de ouro e fez delas símbolos do novo império francês. Ao ser sagrado imperador dos franceses em 02 de dezembro de 1804, tinha as abelhas bordadas no seu manto imperial.
Na madrugada de 06 de novembro de 1831, o tesouro de Childerico estava entre as muitas jóias roubadas da Biblioteca e posteriormente derretidas. Foram encontrados 80 quilos, aproximadamente, das peças roubadas, escondidas às margens do rio Sena, incluindo duas abelhas intactas.
Apesar do roubo e de várias peças derretidas, ainda hoje podemos ter uma idéia de como era o tesouro de Childerico I: antes de presentear Luís XIV, o imperador Leopoldo I mandou fazer cópias de todos os objetos e vários deles encontram-se hoje no museu de Innsbruck, Áustria.
ao exumarem o túmulo de Childerico I os arqueólogos acharam enterradas com ele 300 abelhas de ouro maciço. Estava bem… abelha. E, tem graça… em 1804, Napoleão é coroado imperador. No acto da coroação ostenta, pregadas às vestes, uma quantidade de abelhas de ouro.


Por falar em Napoleão, diga-se que Napoleão estava atento à dinastia merovíngia, tanto assim que (está bem, abelha…) Napoleão teve o cuidado de mandar compilar genealogias a fim de saber se a linhagem havia ou não sobrevivido à queda da dinastia.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DAS JÓIAS DURANTE A IDADE MÉDIA

São variados os aspectos econômicos e sociais que influenciaram o uso das jóias durante o período medieval. A grande maioria dos materiais utilizados na confecção das jóias tinha um alto e variável preço, que dependia da disponibilidade do material, da demanda do mercado e da moda ou estilo vigente. Como regra geral, quanto maior o tamanho da gema, maior o seu preço.
A safira, gema preferida entre todas as outras até o final do século XIII, mais tarde cedeu mercado para o rubi, não só em preferência mas também em preço. No século XIV, o diamante tornou-se a gema mais cara e valiosa em praticamente toda a Europa, menos em Portugal e na Espanha, onde a esmeralda ocupava o topo doranking em preço e preferência. As pérolas circulavam em enormes quantidades e eram vendidas, em geral, pelo peso. O maior mercado europeu para as pérolas importadas do Oriente era Veneza, que também reunia o maior número de fundições da Europa do século XIII.

Mercado veneziano de jóias

A grande maioria dos clientes do mercado de jóias e gemas medieval era formada por reis, príncipes, nobres, membros do alto clero católico, e ricos comerciantes. Mercadores e a grande maioria dos comerciantes possuíam relativamente poucas jóias e as gemas eram utilizadas como reserva financeira: mesmo as gemas ou jóias que porventura quebrassem eram guardadas com cuidado, porque valiam como lastro. Já os reis, nobres e membros do clero utilizavam as jóias como adorno pessoal, como demonstração de munificência, para presentear e para validar acordos comerciais ou políticos.
Geralmente, as gemas eram oferecidas como presentes em casamentos, na passagem do Ano Novo e em algumas outras ocasiões importantes, algumas já destacadas acima.
No século XIV a importância das gemas valiosas era tão significativa, que algumas recebiam nomes próprios: Jean, Duque de Berry (1340-1416), possuía o "Grande Balas de Veneza" (comprado de Valentina Visconti em 1407), o "Balas de Orange" (comprado em 1408 de dois mercadores franceses), o "Balas de David", o "Rubi de Gloucester", o "Rubi de Apulia", o "Rubi da Montanha" (comprado em 1405), o "Rubi de Berry" (comprado em 1408) e o "Rei dos Rubis" (comprado para presentear seu sobrinho João Sem Medo, Duque da Burgúndia), entre várias outras gemas de imenso valor. Sendo uma prática comum entre famílias nobres principalmente, a oferta como presente ou em forma de dote tornava algumas gemas e jóias não só muito apreciadas por sua beleza ou valor mas também por suas associações familiares ou de Estado.



A aquisição e a posse de gemas preciosas eram assunto de grande interesse e satisfação dos nobres medievais, assim como os provia com um tesouro que podia ser utilizado para aumentar ainda mais a magnificência de suas roupas, jóias e baixelas. Algumas vezes, jóias individuais ou coleções de jóias eram vendidas por seus nobres possuidores para outros grandes personagens. Uma troca de jóias entre cortes distantes era um procedimento comum entre governantes. Em muitas ocasiões, frequentes durante o período medieval, jóias que tinham sido possuídas por nobres, homens e mulheres, eram deixadas em testamento para a Igreja e acabavam como parte do tesouro eclesiástico ou como parte da decoração de uma capela ou igreja. Era um procedimento muito comum oferecer-se jóias como pias doações a igrejas e santuários .
A oferta de jóias como presente a uma noiva quando do seu noivado, e depois quando da ocasião do seu casamento, era um conhecido costume social praticado por todas as classes sociais da Europa ocidental medieval. Em vários países era esperado que a família da noiva ou o noivo a presenteasse com ornamentos decorados com jóias em honra do seu novo status social de mulher casada. O noivo também oferecia a sua pretendente alguma jóia de significado sentimental especial, em geral um anel ou um broche.
Entre as classes mais abastadas, não existia nenhuma situação social em que dois amantes secretos pudessem presentear um ao outro com jóias livremente, ou mesmo usá-las abertamente (se recebidas em segredo como presente, o que acontecia com freqüência). No código da cavalaria cortês, o amante tinha o dever e a conseqüente necessidade de esconder sua afeição sob linguagem e símbolos enigmáticos, para não expor sua dama ao escândalo e à desonra. No século XIV, surge a solução para o problema: o cavaleiro escondia através de uma imagem - uma flor ou pássaro – o objeto do seu culto, enquanto imaginava , através das atitudes de sua amada, se o objeto oferecido era recebido e usado, ou rejeitado. Estas atitudes significavam que a dama (em geral, casada ou seriamente comprometida) aceitava, ou não, a afeição do seu admirador.
Os nobres ou assemelhados, durante praticamente todo o período medieval e em praticamente toda a Europa, podiam receber jóias de presente por participação ou vitória em torneios, assim como por sua iniciação no mundo da cavalaria galante.
Sobre o uso diário de jóias pelas classes mais elevadas da sociedade medieval ainda não se sabe o bastante, mas eram usadas em festins, festivais e festividades - casamentos, banquetes, danças, torneios e eventos religiosos – onde se celebrava tanto o esplendor secular quanto a pia devoção. Raríssimas foram as ocasiões em que reis, rainhas, nobres e cavaleiros apareceram em público sem estarem ornados por jóias que simbolizassem o seu status elevado na sociedade assim como a sua riqueza.
Nos círculos mais baixos da sociedade medieval o uso de jóias dividia-se em duas categorias: peças baratas para serem usadas diariamente e as chamadas "jóias de festa", para serem usadas em grandes ocasiões. Os casamentos sem dúvida eram considerados como um grande momento para se portar o que se tinha de melhor.
Na Idade Média não existia, basicamente, a distinção entre os sexos na utilização de jóias: ambos homens e mulheres portavam colares, anéis, broches, cintos ornados e diademas. A grande variedade e maior suntuosidade das jóias femininas dá-se, em parte, pela grande variedade de jóias para ornamentarem a cabeça e/ou os cabelos, assim como outros valiosos adereços para as vestimentas, e parte devido aos diferentes papéis vividos por homens e mulheres na sociedade medieval. Os homens utilizavam as jóias para os dias festivos e as mulheres, sempre que deixavam o lar, as portavam com suntuosidade. Provavelmente por isso é que a maior parte da legislação medieval que tratava da fabricação, comercialização e do uso das jóias, neste último aspecto tenha se dirigido mais às mulheres.
Existia, no entanto, mesmo nas questões teórico-legais sobre a utilização de jóias, diferenças de opinião sobre qual dos dois sexos deveria portar jóias mais ricamente: uns achavam que devia ser o homem, já que exercia um poder na sociedade muito maior que a mulher, com algumas restrições para a utilização exagerada de jóias; outros achavam que devia ser a mulher : "...está mais de acordo que seja a mulher a prender o homem a ela, pela utilização de seus adornos e atavios, do que o contrário...", escreveu Konrad von Megenburg (1309-74). Precauções, porém, como já escrevemos, deviam existir para evitar-se o excesso de jóias pela mulher: sermões e escritos religiosos sobre a vaidade e a ostentação eram constantes.


Desde praticamente o início do período medieval existem registros de jóias feitas especialmente para as crianças.
Famílias nobres e também burguesas adornavam seus filhos com broches e cintos decorados. As jóias infantis eram semelhantes, em estilo, às jóias usadas pelos adultos, mas em tamanho menor e feitas em materiais mais baratos. Na Itália do século XIV, era costume presentear-se os recém-nascidos com cruzes ou peças em coral para serem usadas ao pescoço, como proteção. Em pinturas do Quattrocento italiano podemos admirar o Menino Jesus em várias representações do tema A Virgem e o Menino usando peças em coral ao redor do pescoço. Algumas vezes, o exagero com que os pais adornavam suas crianças era tão grande, que suscitava sermões como o de São Bernardino à população de Siena: "Quando eu penso nas suas crianças, quanto ouro, quanta prata, quantas pérolas, quantos bordados vocês os fazem usar!".
A paixão medieval por jóias era tamanha que, apesar dos votos de pobreza, eram necessárias regras e normas para impedirem monges e freiras de as portarem. Em 1227, o sínodo de Trier proibiu as freiras de portarem qualquer tipo de jóias em prata ou ouro e ainda, cintos em seda e vestes bordadas. O estatuto do Hôtel-Dieu de Troyes de 1263 proibia as freiras daquela instituição de se ornarem com pedras preciosas, a não ser quando doentes – acreditava-se nos poderes curativos de algumas gemas. Mas as freiras de nascimento nobre tinham o privilégio de não só usarem jóias, como de as receber como presentes. Muitos do alto clero da Igreja davam a eles mesmos, licenças especiais para usarem jóias, e os membros menos poderosos seguiam o exemplo. Na arquidiocese de Milão, o uso de jóias e vestes adornadas com pedras preciosas era tão excessivo que em 1215 foi publicado um edito proibindo a utilização de jóias e vestes decoradas. As únicas exceções eram os anéis. Bispos e arcebispos os usavam como insígnia de sua posição e também os colecionavam, para servirem de lastro ou para serem ofertados como presentes.
As leis seculares expressavam a importância das jóias como símbolos de posição social. Ricos cidadãos e suas esposas eram freqüentemente proibidos de usarem jóias em ouro ou com pedras preciosas, privilégio da nobreza e do clero. Uma lei real francesa de 1283 ordenava que " Nenhum burguês ou burguesa portará jóias em ouro, adornadas com pedras preciosas ou pérolas, cintos em ouro ou diademas em ouro ou prata". Não foi somente o ciúme dos nobres em relação aos novos-ricos burgueses que causou o surgimento deste tipo de lei: da segunda metade do século XIII em diante, até em comunidades mercantis foram promulgadas leis para restringir a extravagância das vestimentas e das jóias usadas pelas mulheres, não só para assegurar a estabilidade das fortunas mas também para balancear as camadas da sociedade existente.

terça-feira, 8 de julho de 2014

A história da joalheria Chinesa.

A prática de fazer jóias na China começou há mais de 5.000 anos atrás, durante o Médio Delta do Yangtze neolítica Yang-Shao e culturas Lungshanoid. Como design de jóias chineses desenvolveram, os motivos foram adotadas projeto elaborado que tinha significado religioso específico, e eram tradicionalmente usadas em cerimônias budistas.
A história chinesa começa muito cedo com o mítico "Soberanos Three" (Três Augustos) que foram Fu Xi (Fu Hsi) o "Soberano Celestial", Nuwa o "Soberano Terra", e Shennong o "Soberano do Homem." Três Soberanos foram governantes mitológica da China, e reis-deuses, durante o período de c. 2852 aC a 2205 aC, precedendo imperador Yu (aka Sì Wénmìng ou "Yu, o Grande") da dinastia Xia. Nuwa era uma deusa criadora feminina que foi creditado com a criação da humanidade, e reparar o muro do céu. Nüwa era tipicamente representado com corpo de uma serpente.
Segundo a mitologia imperador chinês Huang-di (conhecido como o "Imperador Amarelo") é dito ser o ancestral de todos os chineses Han, tornando-se uma divindade principal do taoísmo durante a Dinastia Han. Huang-di reinou de 2497 aC a 2398 aC, e é dito que viveram a 100 anos de idade, pai de mais de 25 crianças. Diz a lenda que sua esposa, Luo Zu, ensinou os chineses como tecer a seda do bicho da seda. Após a morte de Huang-di é que se diz que um dragão desceu do céu, levando-o embora. Alternativly, Huang-di-se transformado em metade homem-dragão meio e voou para longe.

Motivos chineses Jóias e Materiais

O dragão e Phoenix foram motivos populares em jóias chinesas cedo, e permanece assim hoje. O dragão representa as forças primordiais da natureza e o universo, e estão associados com sabedoria e longevidade. O "cinco garras" dragão era um símbolo dos imperadores chineses, enquanto o Phoenix, ou fenghuang era o símbolo da imperatriz chinesa.

Imperadores Fu Xi (direita) e Nuwa c. 2800 aC

Imperador Amarelo (c. 2390), o Soberano Nüwa Earthly

O brinco foi um dos itens mais comuns de jóias chinesas, o que poderia ser usado por qualquer homem e a mulher. Brincos podem ser bastante complicados e grandes. Jóias chinesas , no início , eram fabricadas usando prata como um metal dominante, juntamente com pequenas quantidades de ouro e bronze .
Sem dúvida, um dos materiais mais importantes, e premiado usado em jóias de jade chinês foi, conhecido como " Jade imperial chinesa . " Jade foi atribuído com o humano-como atributos como beleza e resistência. Jade foi usado como um talismã para proteger o usuário e como um símbolo de status indicando a dignidade, graça e moral do proprietário.

Jin Dynasty jade c. 350 dC

Fenghuang (aves), c. Segundo século aC

A maioria dos jade usado na China antes dos séculos 17 e 18 foi nephrite, que também era conhecido como "Jade Ming." Há um antigo provérbio chinês que diz: "o ouro é estimável, mas jade é inestimável." Primeiros anéis de jade mostram evidências de que está sendo trabalhado com um tipo antigo de fresadora composto. Água salgada pérolas foram outra jóia indígena que foi popular em toda a China.

Coroa Imperador Ming Zhu Yijun do c. 1619

Carving Jade

Azul foi, e ainda é , uma cor "Imperial" na China, usado para simbolizar a realeza e / ou classificação, e azul de esmaltação foi usado para embelezar ornamentação real. Penas azuis kingfisher às vezes eram afixados headpieces jóias como acentos decorativos.
Na China, a jóia era usada por ambos os sexos para mostrar tanto a nobreza e riqueza. As mulheres usavam uma variedade de jóias, que poderia incluir um cocar ou uma simples cabeça de banda, que foi similar para as mulheres do Vale do Indo . Jóias, amuletos religiosos e outros artigos decorativos eram colocados nos túmulos dos falecidos após o enterro.Governantes e altos funcionários eram sepultados com artefatos de jade para proteger em vida após a morte, e alguns realeza eram mesmo enterrado em um conjunto completo feito de verde jadeite .

Jóias Ming Dynasty Pinos

Ming Dragão Mantilha

Hoje na China, pérolas (de água doce e água salgada), jade (nephrite e jadeite), e cloisonné esmaltação permanecem os materiais gemstone mais popular na China. Os chineses não esquecem o passado, e essas jóias são parte integrante de sua cultura, herança e espiritualidade.

Rota da Seda da China Antiga

A "Rota da Seda", antigos ou "Rota da Seda", não foi uma única passagem caminho, mas uma extensa rede interligada de rotas 5.000 quilômetros de extensão comércio que atravessou o continente asiático ligando a China e Sudeste da Ásia com o Vale do Indo e da Pérsia , bem como as culturas antigas do Mediterrâneo de Canaã , Egito , Micenas e Roma .
Embora o nome implica que a seda foi negociado ao longo destas rotas, este certamente não foi a única commodity a ser importado de leste a oeste. Durante o 3 º milênio aC, pedras semipreciosas, tais como lápis-lazúli , e bens, tais como algodão egípcio fizeram a sua leste caminho ao longo da Rota da Seda , enquanto jade , marfim , cera de abelha, cânfora, almíscar e seda da China, Bornéu e da Índia fizeram o seu caminho para o oeste .
Sob a dinastia Tang (618-907 AD), e seu poderoso general Su Dingfang, China controlava a Rota da Seda toda tão longe como Aria (atual Herat, oeste do Afeganistão), impondo seu domínio com a ajuda do göktürks que agora realizado títulos chineses, e lutaram lado a lado com os chineses para manter o controle.
Durante Leste da China da Dinastia Han (206 aC-220 dC) uma rota marítima foi adicionado ao Silk rotas terrestres Road. A rota marítima começou na foz do rio Vermelho, perto dos dias de hoje Hanói, viajando através do Estreito de Malacca do sudeste da Ásia, para Sri Lanka e da Índia, depois para a Pérsia, Axum (atual Etiópia) e Roma.

Pendentes em Jade
Foto British Museum

As antigas jóias chinesas possuíam uma grande variedade de formas e a maneira como homens e mulheres as utilizavam se relacionava diretamente com as intrincadas convenções de etiqueta social e o senso estético da sociedade chinesa durante os períodos que compreendem as dinastias Xia (2003 – 1562 AC) e Ming (1368- 1644 BC). As jóias eram usadas para ornamentar cabeça, orelhas, pescoço, peito, mãos, pés e até templos e podiam ser feitas em ouro, prata, ferro e bronze. As gemas preferidas eram o jade e a turquesa.
Na antiga sociedade imperial chinesa, os penteados e ornamentos de cabeça determinavam o status social de que os portava. A simetria era de vital importância para um perfeito adorno capilar - que combinava o penteado com as jóias escolhidas - e era até mais considerado do que o próprio valor das jóias em si. Em geral, odesign das peças refletia a arquitetura da época, que utilizava a repetição de elementos ou grupos de elementos para conseguir pureza estética e equilíbrio. Assim, não somente as jóias e o penteado confirmavam o status social, mas também contribuíam de forma inequívoca para que a pessoa se tornasse visualmente um perfeito sistema estético.
As jóias mais populares do período imperial chinês foram os brincos. Estes tinham formas e estilos extremamente variados, sendo a arquitetura a principal fonte de inspiração, mais até do que a natureza.
Os ornamentos de pescoço incluíam colares, torcs (colares geralmente rígidos e usados próximos ao pescoço por proteção, compostos quase sempre por fios de ouro retorcidos; representavam riqueza, poder e coragem e também eram usados pelos homens em batalhas para demonstrar grau de comando; em geral tinham as suas extremidades decoradas com figuras zoomórficas (o dragão e o leão eram os prediletos) e peitorais. Algumas dessas jóias tinham somente uma função ornamental, enquanto que outras possuíam funções mágicas ou utilitárias.
Os peitorais eram outro tipo de adorno para pescoço e nas dinastias mais antigas eram compostos de correntes com um camafeu no centro. Mais tarde tomaram a forma de um disco chato, possivelmente inspirados em moedas, já que peitorais mais recentes, em forma de disco, possuem moedas na sua composição. Eram usados por membros da classe mais alta e em estátuas ou pinturas que representavam deuses.
Os braceletes também eram adornos populares e eram confeccionados geralmente em formas triangulares e circulares. Podiam ser maciços ou ocos e às vezes possuíam extremidades zoomórficas e eram usados por homens e mulheres igualmente, podendo ser em pares ou uma só peça. Existiam também os braceletes para tornozelos e seu design mais popular continha as duas extremidades da cobra, símbolo da força vital para os chineses.
Os anéis serviam para adornar ou cumprir funções, como atuar como selo, e eram confeccionados em secção triangular, circular, oval ou chata. As imagens representadas podiam ser zoomórficas ou antropomórficas, sendo as zoomórficas as preferidas. Também era muito comum o anel em forma de cone que vestia o dedo inteiro e possuía uma ponta bem afiada. Na classe mais alta era usado em todos os dedos das mãos.

sábado, 5 de julho de 2014

CONHEÇA A JOALHERIA CELTA

Os celtas, renomados artesãos e mestres decorativos de peças em metal, chegaram à Irlanda em torno do ano 500 aC, vindos da Europa Central através da Gália e da Bretanha , provavelmente expulsos de suas terras pela expansão da civilização romana. Devido ao frio e aos ventos cortantes da extremidade da ilha nomeada de Britannia pelos conquistadores romanos, para este povo mediterrâneo, esta região parecia um lugar impossível para a existência de vida civilizada e, portanto, foi deixada de lado. Assim, a arte celta encontrou seu refúgio por vários séculos que se seguiram e contribuiu enormemente para o desenvolvimento artístico da Irlanda.
A partir do século VI da nossa era, os broches, uma das mais importantes peças da joalheria medieval, passaram a ser mais luxuosos, decorados de forma a declarar o nível social de quem o portava. O Broche Roscrea, encontrado no Condado deTipperary, é um belo exemplo de como os joalheiros celtas adaptaram técnicas estrangeiras ao seu trabalho. As técnicas decorativas da joalheria saxônia que chegaram à Irlanda por volta do século VII, eram admiradas pela beleza do uso de gemas brilhantemente polidas, da filigrana e da gravação em metal. Ao adaptarem estas técnicas, em vez de utilizarem grandes gemas para decorar suas jóias, os celtas optaram pelo contraste simples mas elegante da decoração feita por detalhes diminutos em meio a espaços lisos: o Broche Roscrea, confeccionado em prata, é rico em detalhes como fileiras de diminutas espirais e intrincados entrelaces, contrastando com partes lisas.


Entre os séculos VII e IX, a joalheria celta na Irlanda atingiu seu ápice e a mais bela peça que representa este período é o Broche Tara. Apesar do nome, o broche não foi encontrado em Tara, local dos antigos reis irlandeses, mas foi assim nomeado por causa do seu inigualável esplendor, próprio da realeza. O broche, datado do início do século VIII, foi descoberto em uma caixa de madeira na praia de Boyne, no Condado de Meath.


Todas as técnicas de joalheria da época foram usadas em sua criação, como a gravação, a filigrana, o intaglio e a fundição. Vidro moldado, esmaltes e âmbar foram circundados e também banhados em ouro contra um reverso de prata onde figuram bestas e pássaros inspirados pela arte saxônia: filigranas e entrelaces de minúsculos grãos de metal compõem a figuras. Ao broche está presa uma corrente de prata, sugerindo a possibilidade de que fazia par com um outro broche, infelizmente nunca encontrado. Esta corrente , maravilhosamente confeccionada com milhares de anéis de prata, está fixada de cada lado do corpo do broche por duas presilhas em forma das garras de dois dragões. Entre os dragões estão duas diminutas contas de vidro, esculpidas com faces humanas. Estes detalhes individuais mostram o virtuosismo do ourives, que os utilizou para formar uma figura maior: a cabeça de uma serpente, com as contas de vidro como olhos e a corrente de prata como cauda. O verso e o anverso do broche compõem diferentes técnicas de ourivesaria e de decoração, num entrosamento perfeito. A frente do broche é refinada e sofisticada, com vidros coloridos e âmbar incrustados na filigrana, asseverando o alto status de seu portador. A parte posterior da peça é decorada com animais contorcidos que dão a impressão de se debaterem para sair das molduras que os confinam.

O Tesouro de Hochdorf



Fotos: Museu Celta de Hochdorf

Em 1977, um arqueólogo amador descobriu na Alemanha, perto da localidade de Hochdorf an der Enz, Baden- Württemberg, uma tumba celta do século 530 AC ricamente guarnecida, localizada em um sítio arqueológico de aproximadamente 60 metros de diâmetro. Logo, a tumba passou aos cuidados do arqueólogo Dirk Krausse e sua equipe, que se referiu à descoberta como um marco da arqueologia e do estudo da cultura celta. O local onde a tumba foi encontrada é chamado de “Oppidum”, palavra em latim para vila ou burgo e originalmente tinha 6 metros de altura, com a forma de uma colina.
Usando uma nova técnica de escavação, os arqueólogos foram capazes de retirar toda a câmara fúnebre de só uma vez, ao contrário da técnica antiga de retirar peça por peça. A câmara mede 12 x 15 m2 e foi retirada como um grande bloco de terra e transportado para Stuttgart. A razão para tal técnica é que os arqueólogos queriam preservar todo o material achado dentro da câmara mortuária sem correr o risco da exposição ao ar livre, o que geralmente danifica tecidos e vestimentas.
Dentro da tumba, jazia um homem com aproximadamente 40 anos e 1,87 m de altura, deitado num elegante sofá feito em bronze, ao estilo romano. Pelas ricas vestimentas e pelos objetos encontrados no corpo e ao redor dentro da tumba, o homem foi um chefe celta que viveu há 2.600 anos. No pescoço estava um torc (colar de batalha usado por várias culturas antigas, incluindo a celta) feito em placa de ouro, um bracelete no braço direito, um chapéu feito de casca de bétula, uma adaga de ferro e bronze decorada em ouro, joias em âmbar, uma navalha, um cortador de unhas, um pente, anzóis, flechas e, o mais fantástico, placas de ouro trabalhadas que decoravam seus sapatos. Aos pés do sofá, um grande caldeirão decorado com três leões. O caldeirão continha originalmente 400 litros de hidromel. Do lado oposto ao sofá de bronze, uma espécie de carroça feita em madeira com um conjunto de pratos em bronze e chifres que serviam como copos pendurados na parede, utensílios suficientes para servir nove pessoas.
A tumba do chefe celta data do último período da chamada Cultura Halstatt (640-475 AC) e que já foi objeto de artigo anterior de minha autoria. A exatidão do período de tempo foi possível por causa das joias em ouro e bronze encontradas na tumba.

Aos leitores e visitantes do blog da Nanda Semi-jóias: tenham todos uma excelente tarde!


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Veja as principais técnicas decorativas na Joalheria através da História

Na joalheria artesanal, existem várias técnicas para decoração de joias, empregadas há centenas ou milhares de anos e ainda utilizadas hoje. Algumas delas têm seus nomes em francês, italiano ou inglês.

ESMALTAÇÃO

Técnica decorativa usada para trazer cores às joias, sem a necessidade das gemas - pode ser decoração secundária ou o foco principal da joia. O esmalte é um composto transparente vítreo colorido com a adição de óxidos metálicos. Em forma de pó, o composto é colocado em cima da superfície metálica a ser decorada e então aquecido, até que derreta e seja fixado na área escolhida. Apesar de ter um alto grau de aderência ao metal, o esmalte é uma forma de vidro e, consequentemente, propenso a rachar ou até mesmo descolar do metal se não aplicado corretamente. Geralmente, uma superfície plana esmaltada terá seu reverso também esmaltado de maneira a balancear as forças de expansão e contração produzidas no metal.

- Cloisonné (do francês cloison = célula, compartimento): técnica de esmaltação criada pelos antigos gregos na qual o desenho a ser decorado na peça de joalheria (em geral em ouro) é feito por células formadas a partir de pequenas grades, nas quais o esmalte é depositado e depois aquecido. As células podem ser niveladas à superfície metálica ou somente polidas, dando ao desenho um aspecto vítreo.


- Champlevé: técnica de esmaltação onde, em vez das células da técnica anterior, o metal é escavado (ou gravado), fazendo com que o esmalte seja depositado nas depressões e, depois de aquecido, permaneça no mesmo nível da superfície metálica. Técnica criada na Antiguidade.


- Basse-taille (baixo-relevo): Variação da técnica champlevé, onde a área escavada do metal é decorada com um design em padrão, podendo ser ele gravado ou em baixo-relevo, e depois recoberto com esmalte translúcido, assim fazendo com que o design seja visto através do composto vítreo. Técnica muito usada pelos antigos romanos.


- Plique à jour: Talvez a técnica de esmaltação mais difícil e também a mais frágil. Diminutas células recortadas na superfície metálica são preenchidas com esmalte transparente, proporcionado o mesmo efeito dos vitrais. Desenvolvida na França e na Itália durante o século XIV e muito usada por artistas durante a Renascença.


Limoges: Técnica de esmaltação que requer conhecimentos de pintura. O esmalte é reduzido a um pó finíssimo e, com um pincel, aplicado à superfície metálica. Como são usadas várias cores de esmaltes, o processo passa por vários estágios de aquecimento. Técnica criada na cidade francesa de Limoges, durante o século XII.


Grisaille: Técnica de pintura com esmalte que usa somente dois tons. O design é feito em esmalte branco sobre uma superfície metálica esmaltada em preto ou azul. Popularizada durante a Renascença, especialmente na França.


FILIGRANA

Esse delicado método de decoração de joias requer paciência e muita habilidade. Finíssimos fios de metal são dobrados, torcidos e tornados chatos: essa é a base da técnica da filigrana. Com essa base, podem ser feitas lindas decorações em joias e, até mesmo, uma peça inteiramente feita em filigrana. A melhor e mais delicada técnica de filigrana é a open-back (fundo aberto). Um dos grandes segredos da filigrana, além da paciência e da criatividade, é a solda que tem que ser feita a uma temperatura que não comprometa os designs formados pelos fios torcidos. A técnica foi criada pelos antigos etruscos e muito usada por ourives da antiga Grécia, especialmente durante o Período Helênico.


GRANULAÇÃO

Exemplos dessa técnica decorativa podem ser encontrados em muitas joias antigas, mas nenhuma delas se igualou à qualidade da granulação criada pelos etruscos (a partir do séc. VI a.C.). Na granulação etrusca, minúsculas esferas de ouro eram afixadas a uma base de metal precioso, em geral ouro, por um método que unia a solda e a fusão. Usando esta técnica, os ourives etruscos eram capazes de realizar maravilhosos e delicados designs com grande precisão.

A técnica aperfeiçoada pelos artesãos etruscos não pôde ser repetida durante 2.500 anos, apesar de várias tentativas feitas por ourives e artesãos ao longo dos séculos. Somente no séc.XIX, o joalheiro romano Fortunato Castellani e seus filhos foram os primeiros, depois de várias pesquisas em joias antigas, a conseguir repetir a técnica etrusca da granulação.


GRAVAÇÃO (baixo-relevo)

A técnica da gravação é talvez a técnica decorativa mais utilizada na joalheria, e a mais antiga, quando se trata de decoração de superfície de metais preciosos. Ainda assim, foi preciso o domínio da metalurgia do ferro, metal superior ao bronze em relação à dureza e a abundância de jazidas (as primeiras indicações de sociedades com nível cultural e tecnológico correspondente à Idade do Ferro surgiram no século XII a.C. no Oriente Próximo, na Índia, na África e na Grécia. Em outras regiões da Europa, o início da Idade do Ferro deu-se mais tarde, a partir do século VIII a.C.) para que surgissem as ferramentas necessárias para a técnica da gravação. Algumas das ferramentas mais usadas são os rolos ou cilindros para gravação: dois rolos ou cilindros de aço (inicialmente, de ferro) contendo desenhos gravados em sua superfície que, ao pressionarem simultaneamente uma fita de metal precioso deixavam nela padrões gravados, que poderiam se repetir infinitamente. Mas a ferramenta para gravação mais comum desde tempos imemoriais é o buril, que permite ao artesão uma gama extensa de possibilidades de designs gravados e, ainda, “marcar” a sua obra, já que o trabalho de gravação com buril assemelha-se ao de um calígrafo com a pena, é único e pessoal.


INTAGLIO

A técnica do intaglio pode ser feita em uma grande variedade de superfícies, incluindo as gemas e os metais preciosos, no caso da joalheria. Na Antiguidade, a técnica do intaglio era utilizada principalmente para a confecção de sinetes ou anéis com o símbolo do clã ou família. Nas gemas, esculpiam-se magníficos designs com elaborados detalhes. O intaglio era e é feito artesanalmente esculpindo-se literalmente o metal precioso ou a gema.


METAL INLAY

Através desta técnica, diferentes cores de metal precioso ou diferentes metais preciosos são “enquadrados” em uma superfície preciosa já preparada com recortes feitos pelo cinzel, ou por gravação. O Inlay pressupõe o enquadramento de metais preciosos mais macios nas cavidades de superfícies metálicas preciosas mais duras.


MOSAICO

A criação de paisagens em miniatura para decoração de joias com o emprego desta técnica existe desde o início do século XIX na Itália. A forma mais detalhada do Mosaico na joalheria é feita em Roma e é conhecida como “micro mosaicos”: a pintura é formada usando-se minúsculos tesserae (azulejos) feitos geralmente de vidro colorido, que são cimentados na peça de joalheria.

- Pietra Dura: Técnica desenvolvida em Florença, onde os tesserae são substituídos por gemas como ágata, malaquita e carneliana, que são aplicadas sobre um fundo negro. Os designs utilizados em geral são motivos florais.


NIELLO (do italiano niellatura = escurecimento)


Técnica inventada pelos antigos egípcios e espalhada pela Europa durante a Idade do Ferro, consiste na aplicação de uma liga de cor preto-esverdeada contendo prata, cobre, chumbo e enxofre, em linhas gravadas, células ou áreas escavadas na superfície metálica, que depois recebe aquecimento à baixa temperatura para aderência da liga ao metal. Depois, a superfície pode ser polida ou queimada e fica com um brilho metálico semelhante ao da gema conhecida como hematita.


PIQUÉ

Usada para decorar cascos de tartaruga primeiramente, ou chifres de animais, essa técnica insere prata, ouro ou madrepérola nas linhas abertas por designs gravados na superfície. A técnica originou-se na Itália do século XVI.


REPOUSSÉ

Consiste em formar desenhos ou padrões em uma superfície chata de metal precioso, pelo método de martelar pelo lado “avesso” da chapa de metal para delinear o desenho ou estabelecer o padão usando martelo de ourives e pinos de aço próprios para a técnica. Às vezes, nem todos os detalhes podem ser feitos pelo lado “avesso” da folha de metal, então se vira a chapa e a decoração é terminada com a complementação dos designs. Quando o método necessita desse último recurso, a ele é dado o nome de chasing (ou gravação em relevo). Desde centenas de milhares de anos, o repoussé é uma técnica que consome muito tempo, normalmente sendo usada apenas para joias significativas, sejam em tamanho ou valor.


STAMPING

A técnica consiste em criar infinitos e pequenos desenhos na cabeça de pinos de aço (anteriormente utilizava-se o ferro) que, ao serem martelados contra uma fina folha de metal precioso, formam designs. Nessa técnica o ourives também pode utilizar o método da impressão por repetição (padrões), ao criar um carimbo com determinado desenho e pressioná-lo contra a folha de metal, com a ajuda do martelo de ourives. Ainda pode criar o negativo do carimbo e utilizar ambos, de um lado e de outro da folha, para a impressão do desenho, fazendo com que o stamping fique mais acentuado. A qualidade dependerá da maestria e da criatividade do profissional.
Em muitas peças de joalheria antigas, que contam com até 7 mil anos de idade, foi utilizada a técnica do stamping que, inicialmente a olhos leigos, poder-se-ia pensar que fosse a técnica do repoussé.